Em Cuba e Haiti, Dilma tocará imigração e direitos humanos
Havana (RV) - A presidente brasileira, Dilma Rousseff, inicia nesta segunda-feira
seu primeiro giro internacional de 2012 por Cuba e Haiti, onde deverá abordar temas
espinhosos de imigração e direitos humanos que se interpõem a sua mensagem de cooperação
econômica, sobretudo em Havana.
Sua mensagem de "preferência pelos pobres"
foi reforçada pela participação no Fórum Social Temático, que, de maneira simultânea
ao Fórum Econômico em Davos, reuniu grupos anticapitalistas em Porto Alegre. Dilma,
que mantém um discurso muito ativo em favor dos direitos humanos, estará na segunda
e terça-feira em Havana, onde se reunirá com o presidente cubano Raúl Castro.
A
visita – informa a Agência Terra - busca "aprofundar o crescente diálogo e cooperação
bilateral, com ênfase na agenda econômica", segundo a chancelaria brasileira. Junto
com a mensagem oficial, existe uma expectativa pelo que a presidente dirá ou deixará
de dizer sobre a questão das garantias fundamentais, após receber um pedido de ajuda
da dissidente cubana Yoani Sánchez, famosa por seu blog crítico ao governo cubano.
Sánchez
pediu por escrito à presidente que conversasse com o governo de Havana para que a
permitam sair e assistir no Brasil à apresentação de um documentário sobre direitos
humanos no dia 10 de fevereiro. O Brasil respondeu concedendo a autorização para sua
entrada como turista, mas a sua saída ainda depende da autorização do governo, que
no passado a impediu de viajar.
Depois de sua passagem por Havana, Dilma chegará
na quarta-feira a Porto Príncipe para abordar com o governo haitiano a cooperação
brasileira com o país mais pobre do continente, devastado por um terremoto há dois
anos. No Haiti, ela deverá abordar a recente decisão de seu governo de exigir visto
dos haitianos depois da imigração irregular de 4 mil deles desde o fim de 2011.
O
governo anunciou a regularização destes imigrantes e fixou um limite de 1.200 vistos
por ano para os haitianos, além dos já concedidos por turismo, estudo e trabalho temporário.
O Brasil lidera a missão da ONU no Haiti (Minustah), criada em 2004 e composta por
cerca de 12.200 soldados, dos quais até 2.300 são brasileiros. Em outubro, a ONU aprovou
um plano para reduzir o contingente com a retirada de 2.750 capacetes-azuis. (CM)