ONU pede saída pacífica para a situação do Pinheirinho
Cidade do Vaticano (RV) - A observadora independente da Agência das Nações
Unidas para os Direitos Humanos, Raquel Rolnik, solicitou que as autoridades brasileiras
suspendam os despejos no assentamento Pinheirinho, em São Paulo, e que encontrem soluções
para os residentes.
Rolnik, que é Relatora Especial sobre os direitos a uma
residência adequada, pediu ao governo para que encontre uma “solução apropriada e
pacífica” incluindo alternativas para o realojamento das pessoas despejadas nesta
semana, em São José dos Campos.
Cerca de 6 mil residentes foram afetados pela
ordem de despejo de um juiz feita em dezembro, atesta o Escritório do Alto-comissário
da ONU para os Direitos Humanos.
“Estou estarrecida com o uso excessivo da
força”, acrescentou a Relatora Especial.
Ela citou informações que recebeu
e que sugeriam que a Polícia Militar de São Paulo usou gás lacrimogêneo e balas de
borracha contra os moradores, entre eles crianças e idosos. Vinte pessoas ficaram
feridas, uma gravemente, e 30 foram detidas.
“Eu disse que o Pinheirinho ainda
está sitiado e ninguém está autorizado a entrar na área”, disse Rolnik. “A situação
dos despejados é extremamente preocupante; sem alternativas de moradia eles ficam
mais vulneráveis a outras violações dos direitos humanos”, completou.