Roma (RV) - A Basílica Papal de São Paulo fora dos Muros, em Roma, inaugurou
na última quarta-feira uma exposição sobre o Concílio Ecumênico Vaticano II, que se
prolonga até 24 de novembro de 2013, na pinacoteca da estrutura. Esta basílica é a
mesma onde, em 25 de janeiro de 1959, o Papa João XXIII anunciou a sua intenção de
convocar um Concílio.
“Precisamente para recordar os 53 anos daquele dia, decidiu-se
dar uma contribuição substancial para reviver a essência e a atualidade do Concílio
no local onde ele foi anunciado", explicou à Rádio Vaticano o Arcipreste da Basílica,
Cardeal Francesco Monterisi. A exposição, que ocupa 300 metros quadrados, permanecerá
aberta até ao encerramento do "Ano da Fé" (outubro de 2012-novembro de 2013).
Estão
sendo expostos, com legendas em italiano e inglês, textos autógrafos dos discursos
preparados por João XXIII para o anúncio do Concílio e para a sua abertura, em 11
de outubro de 1962, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Os visitantes poderão ainda
ver o “passaporte de serviço para o exterior” concedido em 1963 a Karol Wojtyla —
com a assinatura do então Substituto da Secretaria de Estado, Angelo Dell’Acqua —,
que permitiu ao futuro Papa João Paulo II participar no Concílio.
Também poderão
ser apreciadas moedas, medalhas e selos do período, bem como paramentos e objetos
litúrgicos, como um cálice oferecido pelo Beato João XXII. Neste contexto, vai ser
apresentado o novo selo postal do Vaticano, emitido precisamente pelos 50 anos do
Concílio (1962-1965). A exposição conta com o apoio de várias instituições do Vaticano,
incluindo primeiras páginas e fotografias do jornal da Santa Sé, ‘L’Osservatore Romano’.
A Rádio Vaticano forneceu o áudio para a realização de um vídeo de cerca de
15 minutos com imagens de João XXIII e dos participantes do Concílio. A este respeito,
o Cardeal Monterisi admite que “causa emoção voltar a ouvir a voz do Papa Roncalli
(João XXIII) e ver de novo as imagens daquela época”.
A exposição vai apresentar
uma cópia da Bíblia Carolíngia, cujo original remonta ao século IX, e do ‘Codex Pauli’,
antologia única dos manuscritos de São Paulo, que inclui cartas e outros escritos
do primeiro século, contando com a colaboração de especialistas anglicanos, ortodoxos
e católicos. (SP)