2012-01-25 18:48:05

Mensagem do Papa para Dia Mundial das Missões: Igreja faça redescobrir alegria do crer


Cidade do Vaticano (RV) - À distância de 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, urge que a Igreja reencontre "o mesmo impulso apostólico das primeiras comunidades cristãs que, pequenas e indefesas, foram capazes de difundir o Evangelho no mundo inteiro".

Essa é uma das exortações de Bento XVI contidas em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2012, publicada nesta quarta-feira. Que a "missio ad gentes" (missão além-fronteiras) seja "o horizonte constante" de toda atividade da Igreja e fonte da sua caridade.

Na época em que a faixa pobre do Sul do planeta, e parte também do Leste, era precipitadamente etiquetada como "Terceiro mundo", os jovens bispos das Igrejas que viviam naquela área vinham a Roma trazer um veemente testemunho do que significava ser evangelizadores sendo, porém, uma minoria, ou sê-lo numa comunidade dramaticamente desprovida de meios.

O Pontífice parte dessa imagem do Concílio Vaticano II – do qual participou como jovem sacerdote – para dizer no início de sua Mensagem que justamente aquela experiência de "ser pastores de Igrejas jovens e em formação" – trazida pelos padres conciliares da África e da América Latina, da Ásia e da Oceania – contribuiu "de modo relevante para reafirmar a necessidade e a urgência da evangelização ad gentes".

Nos 50 anos sucessivos ao Concílio essa "visão", afirma o Papa, "não se perdeu", pelo contrário, estimulou "uma fecunda reflexão teológica e pastoral". Todos os pontífices da época contemporânea sempre a relançaram como uma "prioridade".

Todavia, esclarece Bento XVI, o mandato missionário de Cristo, confiado por primeiro aos Apóstolos e, portanto, hoje aos bispos, não se limita, naquilo que lhe diz respeito, "à atenção à porção do Povo de Deus" a eles confiada, mas "deve envolver toda a atividade da Igreja", das paróquias aos institutos religiosos, dos movimentos eclesiais aos cristãos individualmente considerados.

Por isso – indica –, tanto os planos pastorais quanto a organização diocesana deve se adequar à vida da Igreja radicada na cotidianidade de um "mundo em contínua transformação" – observa –, e, em grande parte, não somente no Ocidente, "em crise de fé".

De resto, a Igreja terá ocasião, este ano, de refletir sobre os vários aspectos do tema, com a celebração do Ano da fé e o Sínodo dos Bispos sobre a nova evangelização. Bento XVI faz votos de que ambos os eventos eclesiais sejam "ocasiões propícias para um relançamento da cooperação missionária".

E refletindo sobre a relação entre a fé e o dever de comunicá-la, o Papa pede novo "entusiasmo" para que se redescubra "a alegria do crer", particularmente "naqueles países que há séculos conhecem o Evangelho, mas que estão perdendo a referência de Deus" – reitera.

A preocupação de evangelizar – afirma – "jamais deve permanecer à margem da atividade eclesial e da vida pessoal do cristão". E o ter no coração a paixão pelo Evangelho deve ser sempre acompanhado da caridade.

O seu anúncio se faz "ajuda ao próximo, justiça aos mais pobres, possibilidade de educação nos vilarejos mais distantes de tudo, assistência médica nos lugares mais remotos, emancipação da miséria, reabilitação de quem se encontra marginalizado, apoio ao desenvolvimento dos povos, superação das divisões étnicas e respeito pela vida em todas as suas fases".

Ao agradecer aos apóstolos de hoje – sacerdotes, religiosos e leigos – e, em particular, às Pontifícias Obras Missionárias por sua dedicação, Bento XVI volta o olhar da Igreja para um modelo cuja eficácia não se perde: o modelo de dois mil anos atrás.

Precisamos – diz o Santo Padre – "retomar o mesmo impulso apostólico das primeiras comunidades cristãs, que, pequenas e indefesas, foram capazes, com o anúncio e o testemunho, de difundir o Evangelho ao mundo inteiro então conhecido". (RL)







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