Cidade do Vaticano (RV) – O circo da imprensa está montado na aldeia Qunu,
onde nasceu Nelson Mandela. O primeiro presidente negro da África do Sul, que lutou
contra o Apartheid, recebeu o Prêmio Nobel da Paz é hoje um herói nacional.
O
estado de saúde do ex-presidente Nelson Mandela parece não ser dos melhores. Mandela
já quase não sai mais de casa, segundo o guia turístico Zim, especializado em visitas
a locais emblemáticos da vida de Nelson Mandela.
Na África do Sul, o prestígio
deste homem é indescritível e a morte desta figura sem igual vai certamente provocar
uma emoção nacional. O "Tata Madiba" – pai da nação – vive desde 2010 retirado na
sua aldeia natal Qunu, onde quando chegar a hora pretende morrer.
"Ele já não
circula pela aldeia. Como já não pode andar, usa uma cadeira de rodas para circular
dentro de casa e pelo pátio." Há um ano, Mandela foi internado em um hospital por
causa de uma infecção pulmonar. Depois de se recuparar, decidiu retornar à aldeia
onde nasceu: Qunu.
À espera de lhe prestrar uma última homenagem e dar a notícia
completa e em primeira mão, meios de comunicação internacionais enviaram equipes de
reportagem à localidade onde o ex-presidente sul africano mora.
A aldeia Qunu
foi ocupada por caminhões para fazer transmissões ao vivo pela televisão. Agências
de notícias instalaram câmeras nos telhados de algumas casas da aldeia. O correspondente
da rede de comunicação alemã ARD Ulli Neuhoff explica que a mídia está preparada para
quando o ex-presidente da África do Sul vier a falecer.
"Esta vai ser a notícia
mais importante dos tempos mais próximos. Todos sabem que ela vai chegar, mas ninguém
sabe quando. Por isso quando se fala deste assunto, todos se sentem um pouco nervosos
e revêem mais uma vez os seus preparativos".
Calcula-se que para o funeral
de Mandela serão convidados cerca de 100 chefes de Estado, entre os quais cinco presidentes
norte-americanos: aquele em exercício e outros reformados. Porém os preparativos dos
meios de comunicação parecem terem ido longe demais e irritaram moradores locais.
Para eles, os meios de comunicação não respeitam mais a esfera privada de Mandela
e da família.
O professor Churchill Bantu Habe, e vizinho de Mandela, diz
que a mídia é imprevisível: "eles tentam de todas as maneiras saber o que lhes interessa.
Houve jornalistas que alugaram casas [nos arredores] e perguntam como será o funeral.
Eu respondo-lhes que não sei de nada. Na nossa cultura, não se fazem especulações
em torno da morte. Nós não dizemos: estes ou aqueles são velhos e vão morrer em breve”.
Contudo,
poucos conhecem o estado real de saúde daquele que lutou contra o Apartheid e agora
tem 93 anos de idade. Segundo a sobrinha Nomkumbulo Mandela, ele já não consegue mais
mexer as pernas, "mas de resto está bem e bem disposto, e a sua voz continua firme".