2012-01-24 13:11:33

Mídia especula morte de Nelson Mandela


Cidade do Vaticano (RV) – O circo da imprensa está montado na aldeia Qunu, onde nasceu Nelson Mandela. O primeiro presidente negro da África do Sul, que lutou contra o Apartheid, recebeu o Prêmio Nobel da Paz é hoje um herói nacional.

O estado de saúde do ex-presidente Nelson Mandela parece não ser dos melhores. Mandela já quase não sai mais de casa, segundo o guia turístico Zim, especializado em visitas a locais emblemáticos da vida de Nelson Mandela.

Na África do Sul, o prestígio deste homem é indescritível e a morte desta figura sem igual vai certamente provocar uma emoção nacional. O "Tata Madiba" – pai da nação – vive desde 2010 retirado na sua aldeia natal Qunu, onde quando chegar a hora pretende morrer.

"Ele já não circula pela aldeia. Como já não pode andar, usa uma cadeira de rodas para circular dentro de casa e pelo pátio." Há um ano, Mandela foi internado em um hospital por causa de uma infecção pulmonar. Depois de se recuparar, decidiu retornar à aldeia onde nasceu: Qunu.

À espera de lhe prestrar uma última homenagem e dar a notícia completa e em primeira mão, meios de comunicação internacionais enviaram equipes de reportagem à localidade onde o ex-presidente sul africano mora.

A aldeia Qunu foi ocupada por caminhões para fazer transmissões ao vivo pela televisão. Agências de notícias instalaram câmeras nos telhados de algumas casas da aldeia. O correspondente da rede de comunicação alemã ARD Ulli Neuhoff explica que a mídia está preparada para quando o ex-presidente da África do Sul vier a falecer.

"Esta vai ser a notícia mais importante dos tempos mais próximos. Todos sabem que ela vai chegar, mas ninguém sabe quando. Por isso quando se fala deste assunto, todos se sentem um pouco nervosos e revêem mais uma vez os seus preparativos".

Calcula-se que para o funeral de Mandela serão convidados cerca de 100 chefes de Estado, entre os quais cinco presidentes norte-americanos: aquele em exercício e outros reformados. Porém os preparativos dos meios de comunicação parecem terem ido longe demais e irritaram moradores locais. Para eles, os meios de comunicação não respeitam mais a esfera privada de Mandela e da família.

O professor Churchill Bantu Habe, e vizinho de Mandela, diz que a mídia é imprevisível: "eles tentam de todas as maneiras saber o que lhes interessa. Houve jornalistas que alugaram casas [nos arredores] e perguntam como será o funeral. Eu respondo-lhes que não sei de nada. Na nossa cultura, não se fazem especulações em torno da morte. Nós não dizemos: estes ou aqueles são velhos e vão morrer em breve”.

Contudo, poucos conhecem o estado real de saúde daquele que lutou contra o Apartheid e agora tem 93 anos de idade. Segundo a sobrinha Nomkumbulo Mandela, ele já não consegue mais mexer as pernas, "mas de resto está bem e bem disposto, e a sua voz continua firme".

(Deutsche Welle – RB)








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