2012-01-21 10:23:00

Editorial: Para fora do deserto


Cidade do Vaticano (RV) - RealAudioMP3 Foi publicada no último dia 7 de janeiro, uma Nota da Congregação para a Doutrina da Fé com indicações para o Ano da Fé, convocado, recordamos, pelo Papa Bento XVI, e que terá início no próximo dia 11 de outubro e se concluirá em 24 de novembro de 2013. Esse último documento da Congregação para Doutrina da Fé reitera aspectos principais do “Ano da Fé” convocado com a Carta Apostólica “Porta fidei”; uma grande ocasião de renovado encontro com Jesus Cristo.

O início do “Ano da Fé” coincide com dois importantes aniversários: os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II e o 20º ano da promulgação do Catecismo da Igreja Católica.

Desde o início do seu Pontificado Bento XVI empenhou-se em favor de uma correta compreensão do Concílio, promovendo o que ele mesmo denominou como sendo a “hermenêutica da reforma”, da “renovação na continuidade”. Portanto, o “Ano da Fé” quer contribuir para uma renovada conversão ao Senhor, para a redescoberta da fé, a fim de que os cristãos sejam testemunhas “críveis e alegres” para aqueles que buscam Deus.

O principal evento eclesial no início do “Ano da Fé” será a 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos dedicada à Nova evangelização para a transmissão da fé cristã, onde o Papa irá presidir a uma celebração solene de inauguração, em 11 de outubro.

No que se refere à celebração do “Ano da Fé” em toda a Igreja, a Nota da Congregação para a Doutrina da Fé sugere a promoção de iniciativas ecumênicas para “invocar e favorecer o restabelecimento da unidade entre todos os cristãos” e também o aprofundamento “dos principais Documentos do Concílio Vaticano II e o estudo do Catecismo da Igreja Católica”.

Pede às Conferências Episcopais que cuidem da qualidade da formação catequética; aos episcopados de cada país republicar os documentos do Concílio Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica e do seu Compêndio; a cada bispo de dedicar uma carta pastoral ao tema da fé. Apela ainda à utilização das linguagens da comunicação e da arte. No âmbito diocesano, propõe-se o diálogo criativo entre a fé e a razão, através de simpósios e encontros. Quanto às paróquias, comunidades, associações e movimentos, o documento indica que “a proposta central continua a ser a celebração da fé na liturgia, em especial na Eucaristia”.

Não é a primeira vez que a Igreja é chamada a celebrar um “Ano da Fé”. Já o Servo de Deus Papa Paulo VI, em 1967, proclamou um ano semelhante, para celebrar o 19º centenário do martírio dos apóstolos Pedro e Paulo. Bento XVI aproveitando os 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II quis fazer coincidir o início do Ano da Fé com essa data; uma ocasião propícia para compreender que os textos deixados em herança pelos Padres Conciliares, segundo as palavras do Beato João Paulo II, 'não perdem o seu valor nem a sua beleza'.

Bento XVI salienta que atravessar a porta da fé é embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira. Temos necessidade de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Nos dias atuais, mais do que no passado, “a fé vê-se sujeita a uma série de interrogativos, que provêm de uma mentalidade que reduz o âmbito das certezas racionais ao das conquistas científicas e tecnológicas”.

O “Ano da Fé” foi pensado pela Igreja e pelo Papa para guiar os homens para fora do deserto onde frequentemente se encontram rumo “ao lugar da vida e da amizade com Cristo, que nos doa a vida em plenitude”. (Silvonei José)







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