2012-01-17 12:39:26

Paquistão: aumenta o número de vítimas por causa da lei da blasfêmia


Karachi (RV) - Continua aumentando o número de vítimas no Paquistão por causa da polêmica lei sobre a blasfêmia, enquanto as minorias religiosas sofrem as conseqüências do extremismo que se expande. Segundo refere a agência Fides, no ano de 2011, em consequência dessa lei, pelo menos 161 pessoas foram incriminadas e 9 assassinadas em execuções extrajudiciais, vítimas de acusação de blasfêmia.

Tais imputações, disse recentemente um advogado muçulmano que pediu para não ser identificado por motivos de segurança, “são falsas em 95% dos casos”. Segundo um relatório da “Asian Human Rights Commission”, Ong que monitora os direitos humanos no continente, o “Paquistão faliu na tentativa de garantir o respeito dos direitos humanos ao seu povo”. A organização documentou em 2011 o assassinato de 18 defensores dos direitos humanos e de 16 jornalistas, comprometidos em um trabalho de denúncia dos males da sociedade, da corrupção e do extremismo islâmico.

Durante o ano de 2011, se verificaram assassinatos de personalidades, como o governador de Punjab, Salman Taseer, e o Ministro federal para as Minorias, o católico Shabhaz Bhatti, “homicídios realizados – destaca a Comissão – por grupos extremistas religiosos infiltrados nas forças de segurança”. “O Estado permaneceu como um mudo espectador diante de tais homicídios”, sublinha a Ong, que acrescenta como “essa inércia do governo” tenha “favorecido a conversão forçada ao islamismo de jovens provenientes de grupos religiosos minoritários: no total, em 2011, cerca de 1.800 jovens, cristãs e hinduístas, foram obrigadas a se converter ao Islã, com meios como o sequestro e o estupro”.

O texto cita também centenas de mortes para “salvar a honra”, o aumento de violências sectárias em Karachi, com 1.800 mortos em 2011, e no Baluchistão, onde foram registradas 225 vítimas e mais de 6 mil desaparecidos. (SP)







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