2012-01-17 12:25:06

Naufrágio: correspondente da RV relata esperanças de encontrar sobreviventes


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Giglio (RV) - Esta terça-feira marca início do quarto dia de operações na Ilha de Giglio, na Itália, onde o navio de cruzeiros Concordia naufragou na noite do último sábado com mais de 4 mil pessoas a bordo.

Nesta segunda-feira, mais dois corpos foram resgatados. Portanto, até agora, são sete as vítimas fatais do acidente. Entretanto, os números sobre os desaparecidos continuam incertos.

O governo italiano deve decretar situação de emergência e a preocupação agora é com um possível desastre ambiental que poderia ser provocado pelo vazamento de combustível. Em sua última declaração, o chefe do Corpo de Bombeiros, Luciano Rocalli, disse à Rádio Vaticano que as buscas se concentram em encontrar possíveis sobreviventes que estariam presos dentro do navio, contudo, o trabalho é dificultado pela posição em que o cruzeiro se encontra, de quase 90 graus. Porém, os últimos sobreviventes foram encontrados no domingo, trata-se de um casal de coreanos.

As informações sobre o número de desaparecidos ainda são muito desencontradas. Seriam 29 pessoas desaparecidas, entre eles alemães, franceses, norte-americanos e uma peruana. Os números são desencontrados desde a noite da tragédia. Naquele dia, falava-se em 70 desaparecidos, contudo a contagem não é confiável porque não foi apresentada ainda, por exemplo, a lista de passageiros. Isso demostra que a companhia Costa Cruzeiros, dona do navio e muito criticada pelos tripulantes e passageiros por não ter prestado socorro imediato, pode não ter efetuado os controles-padrão na hora do embarque.

Especialistas em buscas nas montanhas e bombeiros que dominam as técnicas de buscas subaquáticas já reforçam as equipes. Eles chegam para tentar acessar partes do navio que continuam isoladas, seja por causa da posição em que o Costa Concordia se encontra, adernado quase 90 graus, seja porque as cabines do navio estão inundadas. E isso tudo depende das condições do Mar Tirreno, que hoje estão calmas. Faz muito frio e as águas naturalmente estão geladas.

Esta manhã, fomos acordados com o barulho de explosões. Homens da equipe de resgate confirmaram que são explosões provocadas para abrir caminhos em meio aos escombros do navio. O Ministro do Meio Ambiente italiano disse nesta terça-feira que vai decretar situação de emergência. Com isso, a liberação de verbas federais fica menos burocrática, até porque as equipes que trabalham praticamente 24 horas no local do acidente registraram o vazamento de líquidos, mas ainda não se sabe se se trata realmente de combustível. Por precaução, barreiras de proteção serão colocadas em torno da área do acidente e daqui onde eu estou, já é possível ver essas barreiras, muito parecidas com aquelas usadas para conter vazamentos de petróleo.
A população fixa da ilha, pouco mais de 1500 pessoas, vê chegar um fluxo de jornalistas proveniente do mundo inteiro.

A presença das equipes de resgate mudou o cotidiano da ilha. Os moradores se mostram muito solícitos com as equipes. Quanto ao comandante do navio, que está detido sob a acusação de homicídio culposo, ele prestará novo depoimento nesta terça-feira.

As investigações são conduzidas pelo Juizado de Investigações Preliminares, que depois disso deverá reiterar ou não a detenção do comandante Francesco Schettino.

Os primeiros resultados das análises das caixas-pretas foram publicados pela agência Ansa. O diálogo entre o comandante e as autoridades portuárias demonstra que as autoridades exigiam que o comandante retornasse ao cruzeiro, que se negou dizendo que o navio estava prestes a afundar.

RB /RV








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