Cardeal Comastri: reencontrar justiça e solidariedade com ajuda de Deus

Cidade do Vaticano (RV) - A Praça São Pedro acolheu nesta terça-feira um pequeno criatório, na tradicional festa de Santo Antônio Abade, padroeiro dos criadores e protetor dos animais. Os festejos foram organizados pela Associação italiana de criadores de animais.

O ponto alto das celebrações foi a missa celebrada na Basílica Vaticana pelo Vigário do Papa para o Estado da Cidade do Vaticano e Arcipreste da Basílica de São Pedro, Cardeal Angelo Comastri.

"Vivemos um momento difícil, o mundo atravessa turbulências que não conhecíamos em tempos recentes", disse o purpurado no início da missa. Todavia, ressaltou, não se pode desencorajar-se:

"Precisamos da ajuda de Deus para reencontrar as raízes da honestidade, as raízes da justiça, as raízes da laboriosidade e as raízes da solidariedade."

Em sua homilia, deteve-se sobre o testemunho do Beato João Paulo II diante da provação do sofrimento. E ressaltou que Karol Wojtyla venceu o sofrimento transformando-o em oportunidade para crer e amar ainda mais, como demonstrou de modo extraordinário após o atentado sofrido na Praça São Pedro em maio de 1981. Em seguida, o Cardeal Comastri recordou, comovido, seu último encontro com João Paulo II, em 1º de abril de 2005, dia anterior ao do falecimento do Papa polonês:

"Seus olhos me deixaram impressionado. Encontrava-se no limiar da morte e João Paulo II estava com os olhos que pareciam duas janelas abertas para o paraíso. Estava sereno, luminoso... Certamente, porque sabia que estava indo ao encontro do Senhor, mas estava sereno também porque tinha a convicção de ter dado tudo. De ter dado tudo de si em favor do bem."

Nisso o Beato Wojtyla constitui um modelo para todos nós, uma estrela polar a ser seguida, disse o purpurado italiano. Certamente, frisou, vivemos tempos difíceis, muitas coisas vão mal...

"Mas não nos lamentemos, porque lamentar-se e não fazer nada não ajuda. Quando há trevas é inútil dizer: "Está escuro". O que conta é acender uma luz", ponderou o Cardeal Comastri. (RL)