Cimi envia responsável para investigar denúncia em terra indígena no Maranhão
Cidade do Vaticano
(RV) – O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou em seu site uma nota
pública na qual esclarece a posição adotada diante da denúncia dos índios Tenetehara
(ou Guajajara) da aldeia Patizal, Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, de que o
corpo de uma criança teria sido encontrado carbonizado entre setembro e outubro do
ano passado.
“Tornaram-se públicas, pelas mãos do Cimi, informações passadas
pelos próprios indígenas e são por elas que respondemos, porque não jogamos na vala
comum dos boatos depoimentos que remontam anos de denúncias da ação de invasores,
sobretudo madeireiros, na Terra Indígena Araribóia", lê-se em parte da nota.
Contudo,
em contato com o Cimi no Maranhão, a RV foi informada de que um responsável está no
local dos fatos para averiguar as denúncias e, por isso, encontra-se incomunicável
na floresta. Apesar de não haver confirmação, ainda de acordo com a nota, “o Cimi
mantém plena confiança na denúncia e acredita que algo de muito grave ocorreu no interior
da terra indígena, afetando diretamente a segurança e as garantias de vida dos Awá-Guajá
isolados”.
A notícia foi amplamente repercutida na semana passada pelos meios
de comunicação nacionais e internacionais. De Londres, Sarah Shenker, pesquisadora
da Survival International, Ong que defende os direitos dos indígenas no mundo inteiro,
falou à RV.
“A Survival International está instando o governo brasileiro para
que os madeireiros sejam retirados das terras dos Awá imediatamente. As terras dos
Awá já foram demarcadas e, oficialmente, já são de uso exclusivo dos índios. Apesar
disso, mais de 30% de um dos territórios dos Awá já foram destruídos pelos madeireiros.
Então, essa realmente é uma das campanhas mais importantes da Survival International
no momento”, reiterou Shenker.
A Funai e o Ministério Público do Maranhão também
estão investigando o caso.