Tel Aviv (RV) - O Parlamento de Israel aprovou terça-feira duras medidas contra
imigrantes ilegais e contra israelenses que os ajudarem. O objetivo é deter o fluxo
de africanos que tentam fugir da pobreza e dos conflitos em seus países.
Os
imigrantes ilegais - inclusive os que pleitearem asilo ou refúgio - podem agora pegar
até três anos de prisão, conforme prevê a emenda legal aprovada pelo Parlamento durante
a madrugada.
A medida recebeu duras críticas de defensores dos refugiados.
Milhares de israelenses de origem etíope que vivem na cidade de Kyriat Malachi, no
sul de Israel, saíram às ruas para protestar. Esses são cidadãos israelenses de religião
judaica, mas dizem ser discriminados pelos israelenses brancos, com origem na Europa
e no Oriente Médio.
A nova lei torna possível prender de forma perpétua imigrantes
ilegais por crimes contra propriedade e detê-los por até três anos sem julgamento.
As pessoas que ajudam imigrantes podem ser condenadas a penas de até 15 anos.
Entidades
humanitárias qualificaram a nova lei como uma reação "imoral" à chegada de pessoas
fugidas de conflitos civis. Um comentarista disse que se trata de uma mancha na democracia
de Israel, que teve grande parte da sua população formada por fugitivos do Holocausto.
Um
grande número de imigrantes, provenientes principalmente do Sudão e da Eritreia, tem
chegado a Israel nos últimos dois anos, e o movimento se intensificou nos últimos
meses. O governo anunciou que mais de 2 mil pessoas chegaram em novembro, e a cifra
de dezembro deve se aproximar de 3 mil.
Entidades humanitárias dizem que o
atual afluxo foi provocado pela crise na Líbia, que restringiu o acesso de africanos
a esse país, ponto de acesso à Europa. As turbulências no Egito também são vistas
como um fator que estaria levando estrangeiros para Israel. (CM)