Morreu o Presidente da Guiné-Bissau: novas preocupações num país politicamente frágil
(10/1/2012) Morreu o Presidente da Guiné-Bissau, Malam Bacai Sanhá, que estava em
tratamento em Paris desde o final de Novembro. O Presidente guineense tinha 64
anos e estava internado no hospital militar de Val-de-Grâce, em Paris. O chefe
de Estado guineense tinha voltado a ser hospitalizado pouco antes do Natal e esteve
em coma durante muito tempo. Não foi divulgada a doença de que padecia, mas há indicações
de que sofria de diabetes e de problemas cardíacos O desaparecimento de Sanhá levanta
preocupações de natureza política devido à frágil estabilidade do país. Já com
Sanhá ausente, a 26 de Dezembro, ocorreu em Bissau uma acção militar contra a sede
do Estado Maior e duas outras unidades, que culminou com a detenção do chefe da Armada,
Bubo Na Tchuto. Um membro das forças de segurança foi morto e outros três ficaram
feridos. O Governo qualificou o sucedido de “ tentativa de golpe de Estado”. Também
em Dezembro, a embaixada dos Estados Unidos em Dacar, no Senegal, chegou a alertar
os cidadãos norte-americanos na Guiné-Bissau para "um potencial aumento da instabilidade
política" devido às notícias sobre o estado de saúde de Sanhá. Redes internacionais
de narcotráfico têm aproveitado a fragilidade do Governo da Guiné-Bissau e a corrupção
para transformar o país numa plataforma de tráfico de cocaína da América Latina para
a Europa, sublinhou a Reuters. O presidência interina deve, segundo a Constituição,
ser assumida por Raimundo Pereira, presidente da Assembleia Nacional. As eleições
presidenciais devem realizar-se no prazo de 90 dias.
Um dia depois da morte
do Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, o país acordou esta terça feira com serenidade
no primeiro dos sete dias de luto nacional decreto pelo Governo. As autoridades aguardam
pela chegada do corpo, proveniente de Paris, para proceder ás cerimónias fúnebres. Na
capital Bissau, embora se possa notar um movimento reduzido de viaturas e pessoas
nas principais artérias, a vida faz-se normalmente com as instituições do Estado,
escolas e comércio em pleno funcionamento.As únicas novidades são as bandeiras da
República que estão a meia haste nos edifícios públicos, como na presidência, no Parlamento,
no Palácio do Governo, nos ministérios e nas repartições estatais.As emissoras emitem
mensagens de condolências que chegam de vários quadrantes da sociedade guineense e
do estrangeiro e repetem as regras a serem observadas durante os dias de luto nacional:
proibição de festas públicas, funcionamento de locais de diversão ou atividades lúdicas.