Jornal do Vaticano: "realismo e esperança" marcam o discurso do Papa aos embaixadores
Cidade do Vaticano (RV) - “Realismo e esperança” são as palavras que melhor
definem o discurso do Papa ao corpo diplomático, recebido segunda-feira na tradicional
audiência de início de ano, no Vaticano.
A opinião é do diretor do jornal
L’Osservatore romano, Giovanni Maria Vian, segundo o qual “ao observar o panorama
mundial – onde o homem não reconhece mais a própria relação com o Criador – e as repercussões
graves e preocupantes da crise, o Papa conseguiu unir ao realismo a esperança”.
Vian
comenta, no editorial da primeira página, que é preciso levar em conta sempre a dimensão
moral, seja na economia como na bioética: “A vida humana e a liberdade religiosa devem
ser respeitadas e promovidas, rejeitando toda política que vise marginalizar o papel
da religião e do terrorismo de matriz religiosa”.
O artigo - “Ao lado da comunidade
internacional” - afirma que “é significativo que Bento XVI tenha se dito orgulhoso
da visão cristã do homem e feliz pelos sinais encorajadores no campo da liberdade
religiosa em vários países”.
De acordo com o editorial, o discurso de segunda-feira
confirma ainda como é injustificada e “distante da realidade” a crítica por vezes
dirigida ao Pontífice de que dedica “escassa atenção e pouca sensibilidade” em relação
a questões internacionais.
“Obviamente”, ressalva Vian, “a presença da Santa
Sé no mundo tem caráter primário e essencialmente religioso, mas justamente porque
o bispo de Roma e sua Igreja estão ao serviço do Evangelho e da família humana, é
alta a sua atenção aos acontecimentos do mundo”.
Concluindo o artigo, Vian
recorda que a contribuição e o compromisso do Papa e da Igreja “são certificados por
muitos países e expressos inclusive nos diversos encontros pessoais do Pontífice com
Chefes de Estado e de Governo”. (CM)