2012-01-09 12:46:54

Papa aos embaixadores: investir nos jovens para resolver as crises mundiais


Cidade do Vaticano (RV) – Nesta segunda-feira, realizou-se na Sala Regia a audiência de Bento XVI com o corpo diplomático acreditado junto à Santa Sé, para as felicitações de Ano Novo.

Atualmente, a Santa Sé mantém relações diplomáticas com 178 Estados, entre eles o Brasil, que foi representado pelo Embaixador Almir Franco de Sá Barbuda.

Trata-se de um discurso tradicional, em que o Papa menciona fatos de particular relevância no cenário internacional. Nessa ótica, citou os Estados que empreenderam relações diplomáticas com a Santa Sé em 2011: Azerbaijão, Montenegro e Moçambique. E recordou o Sudão do Sul, que, em julho passado, se tornou o mais novo Estado soberano.

Bento XVI falou das ocasiões que teve em 2011 de encontrar chefes de Estado e de Governo, como viagens internacionais, a beatificação de seu predecessor, João Paulo II, os 60 anos de sua ordenação sacerdotal e a missa pelo bicentenário dos países da América Latina e do Caribe, em 12 de dezembro, na qual anunciou sua viagem ao México e a Cuba.

A seguir, traçou um panorama do momento atual, marcado por um "profundo mal-estar e por diversas crises: econômicas, políticas e sociais". Crises que não atingiram somente as famílias e as empresas, mas principalmente os jovens. E citou as regiões do mundo em que eles foram os protagonistas ao reivindicarem reformas e participação mais ativa na vida política e social, como aconteceu no norte da África e no Oriente Médio.

Em especial, o Pontífice se declarou preocupado com a situação na Síria, onde pediu o fim do derramamento de sangue e o início do diálogo. Falou da Terra Santa, em que israelenses e palestinos devem adotar decisões corajosas, visando a paz, e do Iraque, em que atentados ainda causam a perda de inúmeras vidas humanas.

Diante desses fatos, Bento XVI encorajou a comunidade internacional a estimular a própria criatividade e as iniciativas de promoção da paz, no respeito do direito de todos os povos. Mas são os jovens, segundo ele, a base sobre a qual investir para reverter a situação atual. Isso só poderá ser feito através da educação, que constitui a tarefa de primária importância num tempo difícil e delicado.

Uma obra educativa eficaz, seja na família, seja nas instituições, engloba o respeito à liberdade religiosa, que é o primeiro dos Direitos Humanos, porque expressa a realidade mais fundamental da pessoa. Em não poucos países, afirmou, os cristãos são privados de seus direitos fundamentais e colocados à margem da vida pública, citando em especial a morte do ministro paquistanês Shahbaz Bhatti e os recentes atentados na Nigéria. No continente africano, falou ainda da instabilidade na região dos Grandes Lagos, da urgência humanitária nos países do Chifre da África e da crise que persiste na Somália.

Uma obra educativa eficaz favorecerá também o respeito à Criação. E citou as graves calamidades naturais que, em 2011, atingiram várias regiões do sudeste asiático, e os desastres ambientais, como o da central nuclear de Fukushima, no Japão. "A proteção do meio ambiente, a sinergia entre a luta contra a pobreza e contra as mudanças climáticas constituem âmbitos relevantes para a promoção do desenvolvimento humano integral. Faço votos de que a comunidade internacional se prepare para a Conferência da ONU sobre o desenvolvimento sustentável (Rio+20) como autêntica 'família das nações'".

Bento XVI recorda que o Príncipe da paz nos ensina que a vida não acaba no vazio, que o seu destino não é a corrupção, mas a imortalidade. "Animada pela certeza da fé, a Santa Sé continua a dar a própria contribuição à comunidade internacional. Cristo veio para que os homens tenham vida e a tenham em abundância."

(BF)







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