Cidade do Vaticano (RV) - Bento XVI irá celebrar na manhã desta sexta-feira,
6 de janeiro, a santa missa na Basílica Vaticana, na solenidade da Epifania do Senhor.
Durante a celebração o Papa ordenará bispo dois prelados: Mons. Charles John Brown,
novo núncio apostólico na Irlanda; e Mons. Marek Solczynski, novo núncio apostólico
na Geórgia e Armênia.
A Rádio Vaticano estará transmitindo a santa missa ao
vivo, via satélite, para todo o Brasil e demais países de língua portuguesa cujas
emissoras nos retransmitem, a partir das 6h20 (do horário brasileiro de verão).
Sobre
a importância da solenidade da Epifania – manifestação do Senhor a todos os povos
– a Rádio Vaticano pediu um comentário ao Prior-Geral da Ordem dos Agostinianos Descalços,
Pe. Gabriele Ferlisi. Eis o que disse:
Pe. Gabriele Ferlisi:- "A Epifania
tem um lugar de relevo no ciclo do ano litúrgico. De fato, se o Natal pode ser considerado
como uma primeira Epifania de Jesus, Deus que se manifesta no seio do povo da Israel
– os pastores acorrem a Ele –, esta festa da Epifania, que se celebra em 6 de janeiro,
é a revelação da divindade de Cristo reconhecida pelos povos pagãos, simbolizados
por estes homens sapientes do Oriente Médio. Portanto, tem uma importância particular
porque o Senhor Jesus não veio somente para o povo de Israel, mas veio para toda a
humanidade e, então, todos os homens e todos os povos reconhecem naquele menino o
Filho de Deus. Efetivamente, os presentes que os Magos oferecem são simbólicos: ouro,
incenso e mirra. O ouro para indicar a senhoria de Jesus, o incenso para indicar a
sua divindade, e a mirra para indicar a sua humanidade: o verbo se fez carne."
RV:
Como podemos ver, hoje, a solenidade da Epifania do Senhor?
Pe. Gabriele
Ferlisi:- "É preciso olhar um pouco mais com olhos da fé. Nós devemos ser verdadeiramente
como os Magos. Existe um pensamento muito bonito de Santo Agostinho, num discurso
sobre a Epifania. O grande Padre da Igreja explica que os Magos vieram e o procuraram
dizendo: "onde está o Rei dos Judeus que nasceu? Vimos a sua estrela no Oriente e
vimos adorá-lo". O comentário de Agostinho se expressa em quatro verbos: "Anunciam
e perguntam, acreditam e buscam". Como que para simbolizar aqueles que caminham na
fé e desejam a visão. Devemos verdadeiramente recuperar a dimensão um pouco mais espiritual
da vida e mesmo em Jesus não ver somente a dimensão humana, o homem mais excelente,
mais sábio, e o Evangelho entendido somente em dimensão sociológica. Talvez, hoje,
fosse necessário recuperar uma dimensão profunda da fé, porque está sendo perdida.
Conseguir ver a divindade de Cristo e que o Senhor continua a manifestar-se. Aquela
estrela que os Magos seguiram até Belém continua no tempo iluminando todos os eventos
da vida, e bem lidos nos levam a ver a ação de Deus no mundo." (RL)