Missionários: um desafio à morte nos países mais violentos
Cidade do Vaticano
(RV) – A agência Fides divulgou, no final do ano passado, o dossiê dos missionários
mortos no mundo inteiro em 2011. No total foram registradas 26 mortes, uma delas no
Brasil. México e Colômbia, juntos, foram os países onde houve o maior número de crimes.
No
Brasil, a preparação dos Missionários acontece no Centro Cultural Missionário para
a Formação dos Missionários, em Brasília. Pe. Stefano Raschietti, italiano radicado
no Brasil há mais de 20 anos, dirige os missionários que se preparam para sair do
Brasil e também recebe os missionários estrangeiros.
O Centro Cultural é ligado
à CNBB, e proporciona aos recém-chegados ao Brasil uma adaptação em diversos contextos.
Quem tem o desejo de ser missionário sabe dos riscos, como bem recorda Pe. Stefano.
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A missão é sempre uma frente de risco. Nós não desejamos que nenhum missionário morra.
Contudo, sendo contextos bastantes desafiadores, isso pode acontecer.
Na Colômbia
e no México, o maior problema é a guerra ao narcotráfico, na qual os governos decretaram
tolerância zero às drogas, contudo os reflexos dessa guerra são vistos também nos
números de missionários mortos nesses dois países em 2011: 12 no total.
- Muitas
vezes os missionários se encontraram sem querer nessa história. Quer dizer, é o contexto
que faz parte: o narcotráfico condiciona toda a vida da comunidade em torno a ele.
Aí, é muito fácil arriscar a vida. Basta tomar partido de um lado que, automaticamente,
você se encontra exposto. Você está exposto à doenças, violências e desencontros que
podem custar a própria vida. Eu acredito que isso faz parte da missão. Entretanto,
nós lembramos o Evangelho. Jesus diz, se você for perseguido numa cidade, fuja para
outra.
Na esteira da América Latina, a África também se apresenta como um dos
lugares mais perigosos para a missão.
- Um exemplo clássico dos países africanos
é aquele dos missionários que ficaram com as comunidades durante os períodos de guerra,
quando todos foram embora, diplomatas etc. Inclusive, o povo reconhece os missionários
como pessoas que dão a vida por determinadas causas e eu acredito que isso faça parte
do Evangelho.