CPT denuncia: lista de trabalho escravo no Brasil bate recorde
Goiânia (RV) - A Comissão Pastoral da Terra (CPT) divulgou em seu site a lista
atualizada do trabalho escravo no Brasil.
Com a entrada de 52 novos registros,
a lista bateu seu recorde, com 294 nomes. Trata-se de empregadores que foram pegos
em flagrante na exploração de trabalhadores em condições análogas à escravidão.
Entre
os que entraram estão alguns dos principais grupos usineiros do país, madeireiras,
empresários e uma empreiteira envolvida na construção da usina hidrelétrica de Jirau,
em Rondônia.
Após serem flagrados explorando mão-de-obra escrava, todas as
pessoas e empresas tiveram chance de defesa em processos administrativos. Somente
depois de esgotados todos os recursos, foram incluídas no cadastro.
Entre
os estados com mais inclusões nesta atualização, estão novamente o Pará e o Mato Grosso,
com n nove nomes inseridos, respectivamente. A incidência do problema no chamado arco
do desmatamento demonstra que a utilização de trabalho escravo na derrubada da mata
para a expansão de empreendimentos agropecuários segue presente.
A inclusão
na "lista suja" limita o acesso a crédito em instituições públicas e privadas, e também
dificulta negociações comerciais. As empresas signatárias do Pacto Nacional para a
Erradicação do Trabalho Escravo, entre as quais estão alguns dos principais grupos
empresariais do país, assumiram o compromisso de não comprar mais de fornecedores
cujos nomes estejam no cadastro.
Os empregadores permanecem na lista por pelo
menos dois anos, período no qual serão monitorados. Após este prazo, somente aqueles
que sanarem as irregularidades, quitarem as multas e não reincidirem na exploração
de escravos serão excluídos.
Nesta atualização, apenas dois nomes foram retirados
do cadastro.