2012-01-04 11:52:05

Padre denuncia condição difícil dos haitianos no Acre


Brasiléia – O município de Brasiléia, no Acre, vive hoje uma situação caótica e sem qualquer condição de dar o mínimo de assistência aos refugiados haitianos que chegam todos os dias à cidade de 30 mil habitantes, onde 15 mil residem na área urbana. O “caos está instalado”, disse o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Acre, Nilson Mourão, em entrevista à Agência Brasil. Segundo ele, além do que já fez, o governo estadual não tem mais condições de dar qualquer assistência aos 1.250 haitianos que estão na cidade.

Mourão disse que o Acre chegou ao limite financeiro de gastos e necessita de apoio imediato do governo federal que, segundo ele, não tem dado a assistência necessária para resolver o problema.

O secretário ressaltou que o governo do estado não tem pessoal qualificado para fazer a triagem da saúde dos haitianos que entram no Brasil por Brasiléia, trabalho que vem sendo conduzido precariamente por soldados do Corpo de Bombeiros.

O pároco da Igreja de Nossa Senhora das Dores, em Brasiléia, Pe. Rupe Crispim da Silva, confirmou as dificuldades enfrentadas pelos haitianos na questão da saúde, o que também implica riscos para os moradores da cidade. Ele teme que a falta de triagem de saúde e vacinação dos haitianos ponha em risco a própria população de Brasiléia. “É uma questão de saúde. Precisamos avaliar a saúde deles e vaciná-los contra febre amarela e hepatite, por exemplo, porque muitos chegam pela mata que faz fronteira com a Bolívia.”

De acordo com o Padre Rupe, a prefeitura não tem condição de dar assistência aos haitianos. Ele informou que o hospital da cidade também não comporta os refugiados que precisam de assistência médica. Segundo ele, o governo do Acre tem abrigado parte dessas pessoas nas pousadas e hotéis de Brasiléia que estão superlotadas.

Os refugiados que têm mais condições financeiras dividem o aluguel de casas. “Mesmo assim, não temos espaço, nem condições para abrigar a todos”, ressaltou o padre. Ele disse que as igrejas da cidade têm pouca condição financeira para ajudar os imigrantes e destinam o que arrecadam à compra de leite e de alimentos para as crianças. “Fazemos o que podemos, mas a situação é desumana mesmo”, afirmou o padre.
(CM)








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