"O Brasil deve adotar a nova geração para que depois ela adote o Brasil", diz o Senador
Cristovam Buarque em entrevista à RV
Cidade do Vaticano
(RV) – O Senador Cristovam Buarque (PDT-DF) concedeu entrevista à Rádio Vaticano
durante sua visita aos embaixadores do Brasil na Itália e na Santa Sé, nesta quarta-feira,
depois de participar da Audiência Geral de Bento XVI, na sala Paulo VI.
Sobre
a viagem do Papa ao Brasil em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, no
Rio de Janeiro, Buarque destacou pontos que, segundo ele, deveriam ser levados em
consideração durante o encontro.
“Eu gostaria de ouvir duas mensagens do Papa
quando ele estiver no Brasil: uma é sobre a crise que vive a juventude contaminada
pela droga. A segunda é de esperança aos jovens, eles estão sem esperança no mundo”,
disse.
Ainda no contexto da juventude, que no tema da Mensagem Mundial da Paz
de 2012 o Papa fala em educar os jovens do mundo para a paz, o senador acrescentou
que esse conceito não deve ser somente o do “paz não-guerra”.
Questionado
sobre a recente condição de sexta economia mundial conquistada pelo Brasil, Buarque
diz que isso se trata de um mito. Segundo ele, são outros os fatores que realmente
levam um país a ter mais qualidade de vida.
“Se amanhã houver uma desvalorização
cambial – e terá que haver – porque o real está sobrevalorizado, nós vamos cair de
posição. Se houver uma desvalorização de 30% no valor do real, nós vamos cair para
a 14ª posição. Ou seja, é uma ficção. Não podemos medir bem-estar como sinônimo de
produto. Nós estamos em sexto lugar no produto e em 84º no índice de desenvolvimento
humano (IDH)”, ponderou o ex-governador do Distrito Federal.
Recentemente,
o IBGE revelou que em 2010, eram mais de 1 milhão de crianças entre 10 e 14 anos que
trabalhavam no Brasil. Buarque, que idealizou o programa bolsa-escola – mais tarde
bolsa-família – disse que só há uma forma para combater o trabalho infantil: a educação.
“Não
tem outra saída. Não queremos que as crianças deixem de trabalhar e fiquem em casa.
Não basta tirá-las do trabalho, é preciso levá-las à escola e aí só existe um jeito:
uma escola boa. E para que isso aconteça, é preciso federalizar a educação de base.
Se o Brasil adotar essa nova geração, depois ela vai adotar o Brasil”, defendeu Cristovam
Buarque.
O Senador Cristovam Buarque mantem a conta @sen_cristovam no
twitter e também é possível escrever para cristovam@senador.gov.br