CIMI propõe "placar da impunidade" para pressionar autoridades
Dourados (RV) – O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) do Regional Mato
Grosso do Sul anunciou a exposição, a partir deste mês de janeiro, de um "placar da
impunidade".
Segundo Egon Heck, do CIMI, este placar será exposto para pressionar
as autoridades competentes para que os crimes cometidos contra os membros dos Kaiowá
Guarani sejam elucidados, que os corpos sejam localizados e os culpados sejam exemplarmente
punidos.
O CIMI denuncia a mesma prática utilizada durante a ditadura militar,
em que centenas de pessoas desapareceram. "Essa prática hedionda de assassinatos e
ocultamento de cadáveres está agora ressurgindo no campo", escreve Egon Heck, citando
como exemplos a morte do professor Rolindo Véra (outubro de 2009) e do cacique Nisio
Gomes, no dia 18 novembro de 2011.
Segundo ele, os setores responsáveis pela
elucidação e punição dos crimes têm insistido na tese do "desaparecimento".
A
agressão à comunidade de Guaiviry e o assassinato do cacique Nisio foram amplamente
denunciados nacional e internacionalmente. "O total silêncio das autoridades com relação
ao fato são no mínimo sintomáticos, e alimentam a impunidade. Fatos semelhantes denigrem
a imagem do nosso país interna e externamente. Não é mais possível conviver com o
etnocídio e a impunidade", escreve.