Dia Mundial da Paz: tradição que interpela toda a humanidade
Cidade do Vaticano (RV) – "Educar os jovens para a justiça e a paz." Este é
o tema deste 45º Dia Mundial da Paz – tradição iniciada com o Papa Paulo VI.
A
proposta de dedicar à paz o primeiro dia do novo ano não tinha "a pretensão de ser
qualificada como exclusivamente religiosa ou católica", mas, segundo dizia Paulo VI,
"seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos da
Paz, como se se tratasse de uma iniciativa própria".
"A Igreja Católica, com
intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar a ideia, com a esperança
de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no mundo civil, mas que também
encontre por toda a parte muitos promotores audazes, que imprimam ao Dia da Paz, um
caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e liberta dos seus tristes e
fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo um futuro mais feliz, ordenado
e civil", lê-se na primeira mensagem para esta celebração
Nestas mais de quatro
décadas, várias foram as mensagens dedicadas ao tema da pedagogia da paz, a começar
pelo próprio Paulo VI em 1970 ("Educar-se para a paz através da reconciliação").
Seguiu-se
João Paulo II, com um itinerário próprio: "Para alcançar a paz, educar para a paz"
(1979); "A paz e os jovens caminham juntos" (1985); "Mulher: educadora de paz" (1995);
"Um compromisso sempre atual: educar para a Paz" (2004).
Na sua primeira mensagem
para este dia, Bento XVI quis "prestar um sincero tributo de gratidão" a Paulo VI
e João Paulo II, "clarividentes obreiros da paz".
"Animados pelo espírito das
Bem-aventuranças, souberam ler, nos numerosos acontecimentos históricos que marcaram
os respectivos pontificados, a intervenção providencial de Deus que jamais se esquece
da sorte do gênero humano. Repetidas vezes, como infatigáveis mensageiros do Evangelho,
convidaram toda a pessoa a recomeçar de Deus para se conseguir promover uma convivência
pacífica em todas as regiões da terra", escreveu Bento XVI, em dezembro de 2005.
Desde
sua eleição, o atual Papa escolheu como temas para a celebração anual do dia 1º de
janeiro a verdade, a dignidade da pessoa, a unidade da família humana, o combate contra
a pobreza, o meio ambiente e a liberdade religiosa.