Istambul (RV) - O Arcebispo armênio ortodoxo de Istambul, Dom Aram Atesyan,
reabriu na última quarta-feira, dia 28 na cidade uma igreja que estava fechada desde
a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). O acontecimento atraiu centenas de fiéis da
comunidade armênia de Istambul e contou com a presença do Ministro do Comércio da
Turquia, Hayati Yazici. O ato se realizou poucos dias após a polêmica enfrentada pelo
governo turco com a Assembleia Nacional da França, que adotou uma lei que obriga que
o massacre dos armênios em 1915 seja definido como genocídio. Como resposta, várias
autoridades turcas apontaram a importância de buscar um diálogo melhor com os armênios
da Turquia.
A igreja de Vortvots Vorodman é parte de um complexo de edifícios
conhecido como Catedral de Meryem Ana, que abriga outros dois templos armênios e um
centro cultural, em frente à sede do Patriarcado Armênio de Istambul, no distrito
de Kumkapi. Como relembraram os porta-vozes da comunidade após a cerimônia religiosa,
celebrada pelo Arcebispo Atesyan, a igreja, que data de 1641, foi restaurada em 2010,
na ocasião da nomeação de Istambul como capital cultural europeia.
“Estava
fechada desde a Primeira Guerra Mundial”, disse o Secretário-geral da fundação eclesiástica
que administra os bens da igreja, Nazaret Davidian. “Mas o Estado colaborou com cerca
de 75% dos custos de restauração”, sublinhou. Davidian considerou a abertura da igreja
como um passo positivo, já que, até bem pouco tempo, abrir uma nova igreja era bastante
difícil na Turquia.
A reabertura da histórica igreja armênia de Akdamar, na
província de Van, em 2010, criou uma longa controvérsia. O governo permite que a igreja
de Akdamar, em uma ilha do lado de Van, celebre apenas uma missa anual, mas mantém
sua classificação como museu, e não como templo. A igreja de Vortvots Vorodman, por
sua vez, “nunca deixou de pertencer à comunidade armênia”, diz Davidian, e sua reabertura
após a restauração não passou por dificuldades. Os pisos superiores do templo foram
convertidos em moradias para famílias armênias em condições de pobreza, segundo Davidian.
(SP)