Memória Histórica: os 20 anos de beatificação de Madre Paulina
Cidade do Vaticano
(RV) – Há 20 anos o Brasil conhecia sua primeira Beata. Madre Paulina, que mais
tarde virou a primeira Santa brasileira – apesar de ter nascido na Itália. Hoje no
quadro Memória Histórica convidamos os ouvintes da Rádio Vaticano a fazer um mergulho
no tempo.
Estamos em Florianópolis. É 18 de outubro de 1991. João Paulo II
visita pela primeira vez Santa Catarina. Logo no início de sua homília, demonstra
profundo conhecimento das raízes históricas do Estado.
“Minha alegria no dia
de hoje, queridos irmãos e irmãs de Florianópolis e de Santa Catarina, tem um motivo
todo especial: a beatificação da Madre Paulina do Coração de Jesus Agonizante. Ela
é, na verdade, uma representante bem legítima do povo catarinense. Como os pais e
os avós de muitos dos que aqui estão, pertence ela a uma destas famílias que aqui
chegaram no século passado e deram uma feição toda especial à terra catarinense. O
cenário maravilhoso das lindas praias e ilhas do litoral, do vale do Itajaí, dos campos
da região serrana, das imensas e férteis regiões do oeste, passou a ser habitado por
um povo novo que hoje ainda conserva a herança das culturas, dos costumes e da língua
de seus antepassados. Aos portugueses das ilhas dos Açores ou aos paulistas vindos
dos campos de Piratininga ou de Curitiba, se uniram, há mais de cem anos, tantas famílias
procedentes do norte da Itália, das montanhas do Tirol, de diversas regiões da Alemanha,
de muitos outros lugares do planeta”.
A Coordenadora do Santuário de Madre
Paulina, na pequena cidade de Nova Trento, no interior de Santa Catarina, Irmã Maria
Adelina da Cunha estava em Florianópolis em 18 de outubro de 1991.
“O povo
explodiu em alegria, com muitas palmas. Foi um momento inesquecível”, relembra a Irmã,
que também veio ao Vaticano onze anos mais tarde.
Santa Paulina foi canonizada
em 19 de Maio de 2002, no Vaticano. João Paulo II, ao lembrar a vida e obra da primeira
Santa do Brasil, disse: “A ação do Espírito se manifesta de modo especial também na
vida e missão de Madre Paulina, inspirando-a a constituir, juntamente com um grupo
de jovens amigas, uma casa de acolhida, pouco depois batizada pelo povo de "Hospitalzinho
São Virgílio", destinada à atenção material e espiritual de doentes e desamparados.
Nasce assim, para atender os planos da Providência, a primeira Comunidade religiosa
do sul do Brasil, denominada Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Foi
neste Hospital, que o ser-para-os-outros constituiu o pano de fundo da vida de Madre
Paulina. No serviço aos pobres e aos doentes, ela tornara-se manifestação do Espírito
Santo, ‘consolador perfeito; doce hóspede da alma; suavíssimo refrigério’”.
Após
o reconhecimento dos milagres que transformaram Madre Paulina em Santa, sua missão
continua. Tanto que o Santuário a cada ano que passa se torna referência para os romeiros.
“Hoje
o Santuário de Santa Paulina já é considerado o segundo maior, em mais movimento,
atrás apenas de Aparecida”, revela.
Para informações sobre o Santuário de Santa
Paulina, acesse www.santuariosantapaulina.org.br