Cuba: show musical em praça pública para a Virgem da Caridade
Havana (RV) – Na conclusão da peregrinação nacional pelos 400 anos da descoberta
da imagem da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira de Cuba, os músicos mais populares
de Cuba ofereceram quarta-feira um concerto público.
A festa foi na Praça da
Catedral de Havana, e na primeira fila, estava o cardeal cubano, Dom Jaime Ortega
y Alamino, ao lado de representantes do Governo e do Partido Comunista.
O Arcebispo
Ortega, máxima autoridade da Igreja Católica na Ilha, ressaltou a presença da Virgem
da Caridade na história de Cuba e disse que ela se reforçou ainda mais com a procissão
feita em todo o país. “Damos graças a Deus porque os tempos mudaram” – declarou antes
do concerto, assinalando que “os cubanos estão vivendo um Natal diferente com a presença
da Virgem nas ruas”.
O elenco do concerto teve nomes de vários gêneros e gerações,
de pianistas a roqueiros, mas um dos momentos mais aplaudidos da noite foi a versão
da Ave Maria de Schubert de Omara Portuondo.
Em seu périplo pela ilha, a Virgem
da Caridade cobriu um itinerário de 30 mil km desde a saída, em agosto de 2010, do
Santuário de El Cobre, em Santiago de Cuba. No início de novembro, a peregrinação
chegou a Havana, onde a conclusão será celebrada sexta-feira com uma grande missa
na Avenida do Porto.
A procissão, que durou mais de 15 meses, antecede a celebração
em 2012 do Ano Jubilar pelo IV Centenário do achado da imagem da Caridade do Cobre,
que coincidirá com a visita do Papa Bento XVI.
Em Cuba, a peregrinação foi
vista como expressão do bom momento que as relações entre a Igreja e o Governo vivem
desde a reabertura do diálogo, em 2010, entre o Cardeal Ortega e o Presidente Raúl
Castro.
Segundo a lenda, a imagem da Caridade do Cobre apareceu em 1612 a três
pescadores na baía oriental de Nipe. Foi declarada padroeira de Cuba em 10 de maio
de 1916 e coroada pessoalmente pelo Papa João Paulo II em 24 de janeiro de 1998, durante
sua visita à Ilha.
A Caridade do Cobre é conhecida também como a “Virgem mambisa”,
pela veneração dos cubanos participantes das guerras de independência da Espanha,
no final do século XIX, e considerada um símbolo de patriotismo e de identidade. (CM)