2011-12-28 12:59:35

Primeiro Natal do Sudão do Sul


Juba (RV) – Para um país como o Sudão do Sul, este foi o primeiro Natal celebrado como Nação soberana, independente desde julho passado. Em entrevista à Rádio Vaticano, o Padre Daniele Moschetti, superior provincial dos Missionários Combonianos no Sul do Sudão, afirma: “A vinda do Menino Deus é celebrada duplamente. É também a primeira vez que o fazemos neste país, nascido só cinco meses atrás. Há muita esperança, mas os problemas são maiores ainda: existe a dívida internacional a ser paga, os limites a serem determinados, o discurso da divisão do petróleo e se deve estabelecer que porcentagem deve receber o Norte. Isto criou, nas últimas semanas, muita tensão. Há ainda muitas dívidas que o Sul deve pagar ao Norte pelos empréstimos recebidos e pelos royalties, isto é dos direitos sobre o petróleo. Não devemos ainda esquecer que daqui a três meses temos outra data muito importante: a da cidadania. No dia 09 de março termina o prazo com relação à cidadania dos sul-sudaneses que vivem em Cartum. Não se pode esquecer que, nos arredores de Cartum, vivem mais de 2 milhões de pessoas, isto é de refugiados, que atualmente estão se tornando milhares”.

Deve-se ainda acrescentar que a ONU lançou o alarme sobre a grave crise no Sudão do Sul, onde pelos menos 2,7 milhões de pessoas necessitam de ajudas alimentares. “O país não tem grandes infraestruturas, e não tem quase nada. Estamos no início de uma grande empreitada de reconstrução. Se esta fase difícil continuar, onde as pessoas devem fugir das áreas ainda não definidas entre o Sudão e o Sudão do Sul e também das áreas onde há guerra civil – isto é os dois Estados do Sudão, o Blue Nile e o Sul Kordofan – não é fácil encontrar uma solução. Deveria existir a disponibilidade e um diálogo real, e é necessário encontrar uma solução a estes problemas.”

O Sul do país já é muito pobre e o Norte, do ponto de vista econômico, está em crise pela perda do petróleo. "Apesar disso, existe grande esperança e vontade de reconstruir um país que tem realmente necessidade de encontrar a si mesmo. E as pessoas querem a paz.” (SP)







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