Bispos coreanos querem que o povo seja ouvido sobre questão nuclear
Wonju (RV) – A Comissão Justiça e Paz da Diocese de Wonju, na Coreia do Sul,
pede que se respeite a vontade popular sobre a questão nuclear.
A empresa estatal
“Korea Hydro and Nuclear Power” (KHNP) anunciou ter escolhido dois lugares para a
construção de usinas: a região de Yeongdeok-gun e a cidade de Samcheok, na Diocese
de Wonju. A escolha deve agora ser avaliada do ponto de vista ambiental e até o fim
de 2012 o governo de Seul dará seu voto final.
Mas segundo a Igreja local,
pelo menos três quartos da população é contrária ao projeto e este número está aumentando
depois do desastre nuclear de Fukushima, no Japão, em março passado. Ao lado do povo,
a Comissão Justiça e Paz afirma que a decisão da estatal é “uma escolha unilateral
que representa uma violência do Estado contra as pessoas”. Além disso, a Comissão
lembra que o incremento das usinas atômicas na Coreia do Sul – onde já existem 21
e outras 11 estão em construção – é um contrassenso em relação à rejeição popular
a este tipo de energia em todo o mundo, hoje.
Não é a primeira vez que a Igreja
sul-coreana toma posição sobre o tema: em maio passado, o Presidente da Conferência
Episcopal, Dom Peter Kaung U-il, escreveu um artigo intitulado “Reflexão cristã sobre
a energia nuclear”, convidando a reexaminar as políticas sobre o nuclear e adotar
critérios de eco-sustentabilidade.
“Em caso de acidentes – dizia o bispo de
Cheju – os custos para o conserto seriam muito maiores do que os benefícios de sua
utilização”. Dom Kaung relevava também o problema do que fazer com o lixo radioativo
que, se enterrado, contamina terrenos e águas. Enfim, o bispo concluía seu artigo
recordando que “o meio ambiente é um dom do Criador, é de todos, e, portanto deve
ser respeitado”. (CM)