2011-12-26 13:15:13

Papa evoca as vítimas dos atentados da Nigéria e recorda que só o respeito, a reconciliação e o amor conduzem à paz


(26/12/2011) No final da oração do Angelus, na Praça de São Pedro, neste dia de Santo Estêvão, primeiro mártir, feriado nacional em Itália, Bento XVI evocou com grande participação as vítimas dos atentados que tiveram lugar na Nigéria, neste Natal, com dezenas de mortos e feridos.
“Foi com profunda tristeza que tomei conhecimento dos atentados que, também este ano, no dia do Nascimento de Jesus, provocaram luto e sofrimento em algumas igrejas da Nigéria. Desejo manifestar a minha sincera e afetuosa proximidade à comunidade cristã e a todos os que foram atingidos por este absurdo gesto e convido a rezar ao Senhor pelas numerosas vítimas. Faço apelo a que, com o concurso das várias componentes sociais, se reencontrem segurança e serenidade. Neste momento quero repetir uma vez mais com vigor: a violência é uma via que conduz apenas ao sofrimento, à destruição e à morte. São o respeito, a reconciliação e o amor o caminho para conseguir a paz”.

Recordamos que pelo menos 40 pessoas morreram, neste domingo, na Nigéria, vítimas de ataques a bomba contra igrejas cristãs durante as celebrações natalícias. Especial gravidade assumiu o atentado contra a igreja católica de Santa Teresa em Madalla, nos arredores da capital nigeriana, Abuja, que matou 35 pessoas.

Mas voltemos à alocução do Angelus, pronunciada pelo Papa ao meio-dia, da janela dos seus aposentos sobre a Praça de São Pedro, neste dia de feriado em Itália, na festa de Santo Estêvão, diácono e primeiro mártir da Igreja. Bento XVI evocou-o como homem de oração e evangelizador que, como dizem os Atos dos Apóstolos, “cheio de graça e de potência, realizava grandes prodígios e sinais entre o povo”. O Papa sublinhou a importância que assumiu, desde os primeiros séculos, na Igreja, a veneração dos mártires e das suas relíquias.
“Depois da geração dos Apóstolos, os mártires adquirem um lugar de primeiro plano na consideração da Comunidade cristã. Nos tempos de maior perseguição (explicou o Papa), o seu elogio revigora o árduo caminho dos fiéis e encoraja a converter-se ao Senhor quem se encontra num caminho de busca da verdade”: É por isso que, por divina disposição (sublinhou Bento XVI) a Igreja venera as relíquias dos mártires, honrando-os como “mestres de vida”, “testemunhas vivas”, “colonas animadas”, “silenciosos mensageiros”…
O Papa recordou que “ a verdadeira imitação de Cristo é o amor, que alguns escritores cristãos definiram como o martírio secreto

Neste contexto, decerto pensando nos atentados cometidos neste Natal, na Nigéria, a que se referiria expressamente depois da recitação do Angelus, observou ainda Bento XVI:
Como na antiguidade, também hoje a sincera adesão ao Evangelho pode exigir o sacrifício da vida e muitos cristãos em várias partes do mundo estão expostos à perseguição e por vezes ao martírio. Mas, como nos recorda o Senhor, quem perseverar até ao fim, será salvo”.

De entre as saudações dirigidas em várias línguas aos diversos grupos de peregrinos presentes hoje na Praça de São Pedro e a todos os que o seguiam através da rádio e da televisão, ouçamos a que o Papa pronunciou em português: RealAudioMP3
“A minha saudação estende-se também aos peregrinos de língua portuguesa, desejando que esta vinda a Roma encha de paz e alegria natalícia os vossos corações. Assim podereis imitar Santo Estêvão no seu amor apaixonado por Cristo, fazendo-o transbordar sobre os conterrâneos e vossa família, que de coração abençoo.”








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