Dom Toso: necessário uma nova "arquitetura econômica"
Cidade do Vaticano (RV) – O Secretário do Pontifício Conselho da Justiça e
da Paz, Dom Mario Toso, defendeu ontem a necessidade de uma “reforma” da ONU e de
uma nova “arquitetura econômica e financeira internacional”. Dom Toso falou sobre
o tema durante coletiva de imprensa de apresentação da mensagem de Bento XVI para
o 45.º Dia Mundial da Paz, dedicada em 2012 ao tema ‘Educar os jovens para a justiça
e para a paz’. No documento, o Papa pede “adequadas modalidades de redistribuição
da riqueza, de promoção do crescimento, de cooperação para o desenvolvimento e de
resolução dos conflitos”.
Para o Secretário do Pontifício Conselho da Justiça
e da Paz, esta afirmação obriga a “tomar conta das novas exigências do bem comum mundial
e da justiça social global”. O prelado italiano falou das questões suscitadas pelas
migrações, a pobreza, a dívida externa, a queda de regimes ditatoriais, a crise financeira,
alimentar e ecológica, bem como da “transformação da democracia, num sentido populista,
oligárquico”.
Citando a recente nota do Pontifício Conselho sobre “uma autoridade
pública de competência universal”, Dom Mario Toso considerou que a comunidade internacional
precisa de uma “autoridade política proporcional, articulada em diversos planos”,
para poder responder às “exigências de uma justiça social global”.
Presente
na coletiva, o Presidente do Pontifício Conselho, Cardeal Peter Turkson, que aludiu
às “manifestações de jovens em quase todas as capitais europeias”, admitindo que 2012
vai iniciar “num clima de pessimismo e desconfiança”. O purpurado disse que mensagem
do Papa para o próximo Dia Mundial da Paz, 1º de janeiro, contraria uma atitude generalizada
de “desespero” e propõe “um novo humanismo, uma nova aliança entre os seres humanos”.
(SP)