Dia Mundial da Paz: a educação é uma aventura fascinante
Cidade do Vaticano (RV) – Foi divulgado ontem
o texto da Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2012, que se celebra em
1º de janeiro. Todos os anos o Santo Padre envia ao mundo a sua mensagem de esperança
e paz. A mensagem do Papa Bento XVI para o 45º Dia Mundial da Paz é dedicada este
ano ao tema “Educar os jovens para a justiça e para a paz”. O tema escolhido aborda
“uma questão urgente no mundo de hoje: escutar e valorizar as novas gerações na realização
do bem comum e na afirmação de uma ordem social justa e pacífica, na qual possam ser
plenamente manifestados e realizados os direitos e liberdades fundamentais do ser
humano”.
Desde sua eleição em abril de 2005, Bento XVI escolheu como temas
para a celebração anual do dia 1º de Janeiro, a verdade, a dignidade da pessoa, a
unidade da família humana, o combate contra a pobreza, o meio ambiente e a liberdade
religiosa.
O Dia Mundial da Paz, inicialmente chamado simplesmente de Dia da
Paz foi criado pelo Papa Paulo VI, com uma mensagem datada do dia 8 de dezembro de
1967, para que fosse celebrado sempre no primeiro dia do ano civil (1º de janeiro),
a partir de 1968, o que acontece até hoje.
Dizia o Papa Paulo VI em sua primeira
mensagem para este dia: “Dirigimo-nos a todos os homens de boa vontade, para exortá-los
a celebrar o Dia da Paz, em todo o mundo, no primeiro dia do ano civil, 1 de Janeiro
de 1968. Desejaríamos que depois, cada ano, esta celebração se viesse a repetir, como
augúrio e promessa, no início do calendário que mede e traça o caminho da vida humana
no tempo que seja a Paz, com o seu justo e benéfico equilíbrio, a dominar o processar-se
da história no futuro”.
A proposta de dedicar à Paz o primeiro dia do novo
ano não tem a pretensão de ser qualificada como exclusivamente religiosa ou católica.
Antes, seria para desejar que ela encontrasse a adesão de todos os verdadeiros amigos
da Paz, como se se tratasse de uma iniciativa sua própria. “A Igreja católica, dizia
então Paulo VI, com intenção de servir e de dar exemplo, pretende simplesmente lançar
a idéia, com a esperança de que ela venha não só a receber o mais amplo consenso no
mundo civil, mas que também encontre por toda a parte muitos promotores audazes, que
imprimam ao Dia da Paz, um caráter sincero e forte, de uma humanidade consciente e
liberta dos seus tristes e fatais conflitos bélicos, que quer dar à história do mundo
um futuro mais feliz, ordenado e civil".
O Dia Internacional da Paz deve ser
também, para a comunidade internacional em geral, uma pausa para reflexão sobre as
ameaças e desafios que enfrentamos. Em algumas partes do mundo, há a percepção de
que as principais ameaças à paz e à segurança são as novas e potencialmente mais virulentas
formas de terrorismo, a proliferação das armas não convencionais, a difusão de redes
criminosas internacionais e as maneiras como todos estes problemas se juntam e reforçam
mutuamente. Mas, para muitos outros habitantes do nosso planeta, a pobreza, a doença,
a privação e a guerra civil continuam a ser as grandes prioridades.
Para alguns
de nós, a paz é uma realidade quotidiana. As nossas ruas são seguras e os nossos filhos
vão à escola. Quando o tecido social é sólido, os preciosos dons da paz quase passam
despercebidos. Mas, para um número demasiado elevado de pessoas, no mundo de hoje,
esses dons não passam de um sonho irrealizável. Vivem prisioneiras da insegurança
e do medo.
Na sua mensagem para o Dia Internacional da Paz 2012 “EDUCAR OS
JOVENS PARA A JUSTIÇA E A PAZ”, Bento XVI convida a olhar o 2012 com uma atitude de
confiança, mesmo se no último ano “cresceu o sentido de frustração por causa da crise
que aflige a sociedade, o mundo do trabalho e a economia”; uma crise cujas raízes
são primariamente culturais e antropológicas. Quase parece que um manto de escuridão
teria descido sobre o nosso tempo, impedindo de ver com clareza a luz do dia. O Papa
se dirige diretamente aos jovens na convicção de que eles podem, com o seu entusiasmo
e idealismo, oferecer uma nova esperança ao mundo.
As preocupações manifestadas
por muitos jovens nestes últimos tempos, em várias regiões do mundo, exprimem o desejo
de poder olhar para o futuro com fundada esperança. É importante que estes fermentos
e o idealismo que encerram encontrem a devida atenção em todas as componentes da sociedade.
A Igreja – destaca ainda o Santo Padre na sua mensagem - olha para os jovens com esperança,
tem confiança neles e encoraja-os a procurarem a verdade, a defenderem o bem comum,
a possuírem perspectivas abertas sobre o mundo e olhos capazes de ver “coisas novas”.
Depois
de recordar a necessidade de “educar à liberdade e verdade” Bento XVI reafirma que
“não são as ideologias que salvam o mundo, mas unicamente o voltar-se para o Deus
vivo que é amor. E que mais nos poderia salvar senão o amor?”. O Pontífice convida
então a olhar com mais esperança para o futuro e lança enfim um premente apelo aos
jovens: “não se deixem tomar pelo desânimo diante das dificuldades nem se abandonem
a falsas soluções, que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para
superar os problemas. Não tenham medo de se empenhar, de enfrentar a fadiga e o sacrifício.
A Igreja confia em vocês, acompanha-os, encoraja-os e deseja oferecer-lhes o que tem
de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus, de encontrar Jesus
Cristo – Ele que é a justiça e a paz”.
A educação é a aventura mais fascinante
e difícil da vida. Educar significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da
realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Esse é o grande desafio
dos dias hoje para a nossa juventude. (Silvonei José)