Papa na Audiência Geral: Orar para reforçar nossa amizade com Deus
Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Bento XVI se reuniu com fiéis e peregrinos
na Sala Paulo VI, no Vaticano, para a tradicional Audiência Geral das quartas-feiras.
Em
sua catequese, o Papa falou da oração de Jesus em suas obras milagrosas, como no caso
da cura de um surdo-mudo ou da ressurreição de Lázaro que lemos nos Evangelhos.
Neles,
vemos como o Senhor se comove e se faz portador da pena da pessoa afligida. A primeira
iniciativa de Jesus é pedir ao Pai que faça valer sua ação benéfica.
Assim,
a compaixão por quem sofre provoca a súplica a Deus, que cura através da sua força
sanadora. Deste modo, Jesus manifesta sua relação singular com o Pai. E ilumina também
a importância de nossa oração de súplica, pois consiste antes de tudo em depositar
o caso com confiança nas mãos de Deus, capaz de superar qualquer limite humano, testemunhando
sua presença entre nós, conscientes de que, em qualquer situação, o dom mais precioso
quando O invocamos é sua amizade, seu amor infinito por cada um.
Após a catequese,
o Santo Padre fez um resumo em várias línguas, entre as quais o português: "Queridos irmãos
e irmãs. No Evangelho, vemos Jesus rezar ao Pai do Céu, antes de realizar os milagres.
Assim acontece na cura de um surdo-mudo, como ouvistes ler no princípio da Audiência:
«erguendo os olhos ao Céu», Jesus entra em relação com o Pai, que atua através d’Ele.
A força que curou o surdo-mudo foi certamente provocada pela compaixão pelo doente
que Jesus quer ajudar, mas provém do seu apelo ao Pai. Temos um exemplo ainda mais
claro na ressurreição de Lázaro: diante do túmulo, Jesus «erguendo os olhos ao céu,
disse: “Pai, dou-Te graças por Me teres atendido”» (Jo 11, 41). Sabemos assim que,
desde quando soube do amigo gravemente doente, Jesus não cessou um momento sequer
de pedir pela sua vida. Esta oração continua e reforça a união de Jesus com o seu
amigo Lázaro e, ao mesmo tempo, confirma a sua decisão de permanecer em comunhão com
a vontade do Pai, com o seu plano de amor que previa a doença e a morte de Lázaro
como lugar onde havia de manifestar-se a glória de Deus. Saúdo cordialmente os
grupos brasileiros da diocese de Pato de Minas e da paróquia de Silvânia e restantes
peregrinos de língua portuguesa, a todos recordando que a oração abre a porta da nossa
vida a Deus. E Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros
que vivem na prova, dando-lhes consolação, esperança e luz. De coração, a todos abençôo
em nome do Senhor."