Relatório analisa riscos e vantagens da internet para crianças e adolescentes

Nova Iorque (RV) – Inocente é o nome do Centro de Pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) que apresentou o relatório “A segurança das crianças online: desafios globais e estratégias”. O documento analisou as oportunidades e os riscos que crianças e jovens encontram navegando na Internet.

“O rápido crescimento do mundo online ampliou os riscos para as crianças de crimes de abuso e exploração sexual”, afirmou o Diretor do Centro de Pesquisa, Gordon Alexander. “Devemos estar conscientes e adotar medidas mais adequadas, respeitando os direitos das crianças de explorar o ambiente online e desfrutar as potencialidades oferecidas pela tecnologia”, disse ele.

Gordon informou que, no Brasil, o número de crianças com mais de dez anos conectadas à Internet aumentou 75% em três anos, enquanto no Nepal constatou-se que 80% dos adolescentes usam a web. Os jovens da África Subsaariana ainda fazem pouco uso da rede, 11%.

Dos 196 países analisados, somente 45 possuem uma legislação eficaz para combater os crimes de abuso de imagem infantil. Os relatores apontam que o fim da impunidade deveria ser um dos principais objetivos dos governos, particularmente pela dificuldade ligada à natureza supranacional dos crimes cometidos na rede.

O documento indica que, junto às intervenções legislativas, também os pais, professores, operadores sociais e polícia devem desenvolver um papel importante na manutenção dos esforços para proteger as crianças e para ensina-los a se protegerem. A indústria e o setor privado têm também eles um papel fundamental na remoção do material ofensivo dos servidores, bem como na instalação de mecanismos que bloqueiem ou filtrem essas imagens.

Somente em 2011, em escala global, foram estimados cerca de 16.700 sites contendo milhares de imagens de pornografia infantil. No relatório consta que a idade das vítimas é cada vez mais baixa - 73% têm menos de dez anos - e que as imagens são cada vez mais agressivas.

As cifras mostram o tamanho do desafio, mas o documento é pragmático: “É impossível eliminar todos os riscos presentes na Internet. É um espaço enorme, por natureza incontrolável, em contínua evolução e, contudo, sempre mais criativo para ser sujeito ao tipo de medidas necessárias para proteger completamente as crianças. É desejável uma linha de intervenção desse tipo, porque um controle total da rede destruiria a essência da Internet e as suas inúmeras vantagens”. (ED)