Mudanças climáticas: Instituições católicas insatisfeitas com resultado de Durban
Bruxelas (RV) - A Rede internacional de agências católicas de desenvolvimento
(CIDSE) manifestou a sua insatisfação com os resultados da Conferência do clima que
se concluiu este domingo em Durban, África do Sul, considerando que não "protegem
os países mais vulneráveis".
Em comunicado, a organização considera que o documento
"não é suficiente para prevenir alterações climáticas perigosas e os seus impactos
nos países em desenvolvimento".
Depois de duas semanas de negociações em Durban,
os mais de 190 países participantes na Conferência anunciaram ter obtido um acordo
para prolongar o Protocolo de Kyoto, em vigor até final de 2012, com o objetivo de
reduzir as emissões de gases de efeito estufa – que estão na origem das alterações
climáticas.
A CIDSE lamenta a falta de ambição política nas decisões destinadas
a mitigar as alterações no clima e financiar o seu combate.
Essa situação,
afirma o Secretário-Geral da CIDSE, Bernd Nilles, "coloca em risco ainda maior a justiça
climática e as comunidades vulneráveis, quando elas são as menos responsáveis pelos
atuais níveis insustentáveis de emissões de gases de efeito de estufa".
Já
a Caritas Internacional saudou os progressos feitos durante as conversações, mas diz
que a ciência mostra que não é o suficiente para deter as secas generalizadas, que
produzem milhões de migrantes.
A Diretora de Promoção e Política da Caritas
Internacional, Martina Liebsch, disse "que todos estamos poluindo o meio ambiente
e cada país deve assumir sua responsabilidade", exortando os governos a avançarem
para além do menor denominador comum em Durban e usar a Rio+20 para formular uma mudança
radical na ação climática. (Agência Ecclesia-BF)