Cristãos no Iraque celebram Natal entre o medo e a fé
(13/12/2011) Os cristãos do Iraque vão viver o Natal “entre o medo e a fé inabalável”,
denuncia uma nota da organização católica Ajuda à Igreja que Sofre (AIS). “As tradições
serão respeitadas no isolamento das casas e das igrejas”, refere o comunicado, acrescentando
que a missa de Natal, frequentemente celebrada pela meia-noite, tem de ocorrer durante
o dia “por motivos de segurança”. O arcebispo latino de Bagdad, D. Jean Benjamin
Sleiman, lembra a perseguição movida contra os cristãos, que por serem considerados
infiéis têm um estatuto jurídico e social inferior, além de estarem obrigados ao pagamento
de um imposto que as minorias não muçulmanas devem saldar para praticar a sua fé. A
capital do Iraque, Bagdad, e a cidade de Mossul, no norte do país, são as regiões
mais perigosas para os cristãos, indica o responsável, acrescentando que fora das
“ilhas de convivência” interreligiosa os fiéis sofrem com a maioria islâmica, sendo
alvos de “criminalidade, mafiosa ou miliciana”. Na região do Curdistão, igualmente
no norte, os cristãos vivem com mais tranquilidade “mas as enormes dificuldades sociais,
culturais e económicas levam os fiéis a emigrarem”, indica. D. Jean Sleiman, que
espera celebrar as festas do Natal “com serenidade”, embora “tudo dependa da segurança”,
apela à comunidade internacional que apoie o Governo iraquiano, para que o país “se
torne novamente um Estado de direito”. O superior da congregação religiosa dos
Dominicanos de Bagdad, padre Amir Jaje, relata que a capital vive há semanas um clima
difícil devido aos conflitos sectários e à retirada iminente das tropas dos EUA. A
organização Ajuda à Igreja que Sofre anunciou a realização de uma campanha de solidariedade
e de apoio aos cristãos no Iraque.