2011-12-12 12:27:20

Durban: maratona de negociações termina com aprovação de pacote para reduzir emissões


Durban (RV) - Após duas noites praticamente em branco, nas quais as diferenças entre UE, EUA, Índia e China estiveram a ponto de fazer a negociação fracassar, a 17ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), aprovou a extensão do Protocolo de Kyoto e um “Mapa de Caminho”, que prevê a criação de um novo instrumento internacional para que os países reduzam suas emissões de carbono. Atualmente, o Protocolo de Kyoto é o único acordo legalmente vinculante de redução de gases causadores de efeito estufa em vigor.

O pacote também inclui a criação do Fundo Verde para o Clima estipulado em Cancún (México) que prevê ajudas de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 aos países em desenvolvimento a enfrentar os estragos das mudanças climáticas.

O acordo global para reduzir os gases do efeito estufa, que deve ser adotado em 2015 e entrar em vigor em 2020, era a condição imposta pela União Europeia (UE) para se somar a um segundo período do Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.

Rússia, Japão e Canadá decidiram não fazer parte deste segundo período de compromisso para a redução de emissões, que vincula até pelo menos 2017, apenas as nações industrializadas, exceto os Estados Unidos.

Embora os acordos alcançados tenham sido criticados por muitos países em desenvolvimento por sua falta de ambição na hora de aprovar novas reduções de emissões, seu objetivo é manter a alta de temperaturas a menos de 2 graus em relação à era pré-industrial até o final deste século.

O acordo foi discutido durante duas semanas. A conferência terminaria nesta sexta-feira, mas impasses nas negociações fizeram com que demorasse um dia a mais. A aprovação veio na madrugada do sábado, ministros e delegados já exaustos, vários deles cochilando no plenário.

Boa parte das negociações se realizaram em “indabas”, reuniões que a presidência sul-africana da conferência convocou nos moldes das tradicionais reuniões de anciãos zulus. A metodologia sul-africana preza pela transparência para evitar que o processo se corroesse por haver conversas paralelas, deixando algumas partes de fora - o que prejudicou, por exemplo, a conferência do Clima de Copenhague, em 2009.
(CM)








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