Cidade do Vaticano (RV) – Desde a última segunda-feira, 5 de dezembro, a Santa
Sé faz parte da Organização Internacional para as Migrações como Estado membro. A
Santa Sé tinha anteriormente o status de Observador. O representante Permanente da
Santa Sé junto ao escritório das Nações Unidas em Genebra, Arcebispo Silvano Maria
Tomasi, justificou o pedido por parte do Vaticano afirmando que “esta é uma maneira
prática para se ter voz onde não é tanto a política que prevalece, mas a necessidade
de ir ao encontro das exigências humanas”. Assim essa colaboração com as estruturas
da comunidade internacional é um modo a mais para tornar o serviço cada vez mais eficaz.
Em um mundo tão marcado por novos sinais de medo e falta de hospitalidade,
a centralidade da pessoa humana e da sua dignidade, com seus correspondentes direitos
e deveres, adquire uma importância cada vez maior. Daí a importância de que a Igreja
colabore com os Estados, assim como com as organizações internacionais e nacionais,
no esforço para proteger os direitos dos migrantes, refugiados e itinerantes.
Em
vários de seus discursos Bento XVI, afirmou que a Igreja convida os fiéis a abrirem
seus corações aos migrantes e às suas famílias, sabendo que não são somente um “problema”,
mas constituem um “recurso”.
Nos dias passados os padres jesuítas denunciaram
que muitos governos europeus e de países africanos e asiáticos “dificultam” a entrada
de refugiados e que desde 1994, pelo menos 15 mil pessoas perderam a vida na tentativa
de cruzar o Mar Mediterrâneo em direção da Europa. “Continua-se a inventar desculpas
para justificar o fechamento das fronteiras a quem pede asilo, ao invés de encontrar
soluções duradouras”, destacou o Padre Peter Balleis do Serviço Jesuíta para os Refugiados.
Levando
em conta as numerosas transformações da sociedade e os imensos desafios gerados pela
mobilidade humana, a Igreja não tem outra opção a não ser agir, considerando seus
esforços diretamente relacionados com a proclamação do Evangelho.
Para a Igreja
Católica, o tema da migração é um assunto pastoral prioritário, pois a Igreja segue
com atenção os desafios e sofrimentos daqueles que são obrigados a deixar suas terras
em busca de uma possibilidade de vida melhor. É a pessoa humana, a dignidade da pessoa
humana que conta e que com frequência é posta em risco nas situações de marginalidade
que se criam na movimentação de um país a outro.
A Organização Internacional
para as Migrações instituída em 1951, conta com mais de 130 Estados membros e quase
uma centena de Observadores entre Estados e organizações internacionais e não governamentais.
A contribuição ética da Igreja Católica a esse Organismo certamente se centralizará
na defesa da pessoa humana e da sua dignidade. (SP)