2011-12-10 13:42:41

Editorial: Migrações, um mundo em movimento


Cidade do Vaticano (RV) – Desde a última segunda-feira, 5 de dezembro, a Santa Sé faz parte da Organização Internacional para as Migrações como Estado membro. A Santa Sé tinha anteriormente o status de Observador. O representante Permanente da Santa Sé junto ao escritório das Nações Unidas em Genebra, Arcebispo Silvano Maria Tomasi, justificou o pedido por parte do Vaticano afirmando que “esta é uma maneira prática para se ter voz onde não é tanto a política que prevalece, mas a necessidade de ir ao encontro das exigências humanas”. Assim essa colaboração com as estruturas da comunidade internacional é um modo a mais para tornar o serviço cada vez mais eficaz.

Em um mundo tão marcado por novos sinais de medo e falta de hospitalidade, a centralidade da pessoa humana e da sua dignidade, com seus correspondentes direitos e deveres, adquire uma importância cada vez maior. Daí a importância de que a Igreja colabore com os Estados, assim como com as organizações internacionais e nacionais, no esforço para proteger os direitos dos migrantes, refugiados e itinerantes.

Em vários de seus discursos Bento XVI, afirmou que a Igreja convida os fiéis a abrirem seus corações aos migrantes e às suas famílias, sabendo que não são somente um “problema”, mas constituem um “recurso”.

Nos dias passados os padres jesuítas denunciaram que muitos governos europeus e de países africanos e asiáticos “dificultam” a entrada de refugiados e que desde 1994, pelo menos 15 mil pessoas perderam a vida na tentativa de cruzar o Mar Mediterrâneo em direção da Europa. “Continua-se a inventar desculpas para justificar o fechamento das fronteiras a quem pede asilo, ao invés de encontrar soluções duradouras”, destacou o Padre Peter Balleis do Serviço Jesuíta para os Refugiados.

Levando em conta as numerosas transformações da sociedade e os imensos desafios gerados pela mobilidade humana, a Igreja não tem outra opção a não ser agir, considerando seus esforços diretamente relacionados com a proclamação do Evangelho.

Para a Igreja Católica, o tema da migração é um assunto pastoral prioritário, pois a Igreja segue com atenção os desafios e sofrimentos daqueles que são obrigados a deixar suas terras em busca de uma possibilidade de vida melhor. É a pessoa humana, a dignidade da pessoa humana que conta e que com frequência é posta em risco nas situações de marginalidade que se criam na movimentação de um país a outro.

A Organização Internacional para as Migrações instituída em 1951, conta com mais de 130 Estados membros e quase uma centena de Observadores entre Estados e organizações internacionais e não governamentais. A contribuição ética da Igreja Católica a esse Organismo certamente se centralizará na defesa da pessoa humana e da sua dignidade. (SP)







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