Campanha de solidariedade e apoio aos cristãos iraquianos
Bagdá (RV) - "As comunidades cristãs no Iraque passarão um Natal sob assédio.
As tradições serão respeitadas dentro de casas e igrejas. A Missa de Natal será celebrada
durante o dia, por motivos de segurança. Será um Natal vivido entre medo e fé inabalável"
– destaca numa nota a fundação "Ajuda à Igreja que Sofre (AIS)", anunciando uma campanha
de solidariedade e apoio aos cristãos iraquianos.
Testemunhos recolhidos no
Iraque pela AIS falam das condições dos fiéis em várias regiões do país. Segundo o
Arcebispo de Bagdá, Dom Jean Benjamin Sleiman, nos últimos anos, alguns fiéis cristãos
foram perseguidos e hoje continuam morando em áreas perigosas, como Bagdá e Mosul.
"São considerados infiéis, portanto, juridicamente e socialmente inferiores e obrigados
a pagar o tributo islâmico imposto às minorias não muçulmanas para praticarem sua
fé" – destaca o Arcebispo à Agência Fides.
O prelado ressalta que no Curdistão
a vida dos cristãos é mais tranqüila, mas as enormes dificuldades socioculturais e
econômicas obrigam os fiéis a migrar. A incerteza do futuro acompanha os fiéis iraquianos
que esperam com ansiedade a Missa de Natal. "As festividades são ocasiões fundamentais
para praticar a fé. Esperamos celebrá-las com serenidade, mas tudo dependerá da segurança"-
frisa Dom Sleiman. Olhando para o novo Iraque, o Arcebispo convida a comunidade internacional
a apoiar o Governo para que a nação se torne novamente um Estado de Direito.
O
Superior dos Dominicanos, em Bagdá, Pe. Amir Jaje, num comunicado destaca o clima
de tensão que se respira, em Bagdá, por causa de conflitos sectários e a iminente
retirada das tropas estadunidenses.
"Os fundamentalistas aproveitam as tensões
para se fazerem ouvir e os fiéis estão cada vez mais angustiados, mas no Iraque ainda
existe esperança e o nosso Natal significa acreditar nessa esperança" – conclui o
sacerdote dominicano. (MJ)