2011-12-06 13:13:13

Igreja e Bioética: fé e ciência para o bem do homem


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Cidade do Vaticano (RV) - A Bioética é o estudo transdisciplinar entre Biologia, Medicina, Filosofia (Ética) e Direito (Biodireito) que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da Vida Humana, animal e responsabilidade ambiental. A ciência considera, portanto, questões onde não existe consenso moral como a fertilização ‘in vitro’, o aborto, a clonagem, a eutanásia, os transgênicos, a responsabilidade moral de cientistas e as pesquisas com células- tronco.

Continuam a repercutir no mundo científico as reflexões emersas durante o Congresso sobre células-tronco adultas, realizado no Vaticano no inicio de novembro. O encontro foi promovido pelo Pontifício Conselho da Cultura e por uma empresa de pesquisa nesse ramo e envolveu cientistas e expoentes da Igreja Católica.

A RV entrevistou Pe. Mario Marcelo Coelho, doutorando em teologia moral e especialista em bioética, que explica inicialmente o que é a bioética e o significado da participação da Igreja neste debate:

“O termo bioética significa ‘ética da vida’, se formos traduzir literalmente. Refere-se a tudo aquilo que abrange a vida humana, mas hoje isto está se ampliando, pois a vida humana envolve tantos outros setores: ecologia, a vida dos animais, o ambiente e questões que se referem diretamente à pessoa humana e em torno de todas as pesquisas, da medicina, e do próprio desenvolvimento da pessoa humana”.

“Hoje, a Igreja é muito presente porque a pesquisa está crescendo, as descobertas estão acontecendo, aparecendo, e envolvem a pessoa humana. Então, nós, Igreja, temos que estar atentos, não no sentido de proibir, de impedir, ou de investigar, mas, sobretudo de ajudar mesmo a pesquisa: “Olha, isso aqui é bom para o ser humano, isso não é bom para o ser humano, porque nem tudo o que é tecnicamente possível é ético. Há certas coisas que a tecnologia permite, mas não são éticas; estaríamos agredindo a pessoa humana, a humanidade. Então a Igreja está muito atenta a todo este debate que envolve os termos da vida, sobretudo agora, estes relacionados às pesquisas cientificas, ao que se refere ao genoma humano”.

Existe a impressão de que quanto mais a ciência progride em suas pesquisas, mais se encontra em conflito com a Igreja, como se a Igreja quisesse frear certos aspectos. Sabemos que não é assim...

“Não é assim, muito pelo contrário. Em todas as suas declarações, a Igreja afirma que as conquistas científicas são um bem para a humanidade. Veja, hoje usamos óculos. Isto é uma conquista. E isto vem da pesquisa cientifica. Tantos outros setores: a penicilina, os antibióticos, as cirurgias, são coisas boas, que ajudam. O que a Igreja quer levantar é que existe um certo momento em que a pesquisa deve ter limites, e quem o determina é a ética, que vai ajudar a refletir, não proibir, mas refletir sobre o limite para a tecnologia. A Igreja diz que a ética está aí para ajudar sobre o que estamos fazendo e como o estamos fazendo”.

(CM)










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