Durban, cidade da COP 17, mostra sua beleza e sua Catedral
Durban (RV)
- Bom tempo durante o ano todo e banho de mar com água quente. Cores, rostos,
raças, culturas, religiões, água salgada, areia e concreto. Dessas matérias se faz
Durban, a cidade sul-africana que está hospedando a Conferência sobre Mudanças Climáticas
das Nações Unidas, a COP 17, que se encerra na sexta-feira que vem, 9 de dezembro.
Especial Catedrais leva você à terceira maior cidade da África do Sul, para conhecer
a sua catedral, cuja cúpula divide espaço no horizonte com a cúpula da mesquita.
Chegando
em Durban, o visitante desavisado poderia bem pensar que está chegando em uma cidade
brasileira. Uma bela e longa costa contorna a cidade de prédios altos e ruas largas,
onde transita uma profusão de culturas e raças. Africanos e uma grande população de
asiáticos convivem e compartilham espaços, culinária, religião. Objetos de arte zulu
são vendidos lado à lado com temperos e tecidos indianos nos mercados – que são muitos
– espalhados pela cidade.
Durban tem muitas cidades em uma só. A Golden Mile,
por exemplo, é uma praia que atrai amantes do surf por suas ondas, e amantes da compras
por suas lojas de luxo; os amantes da noite por suas danceterias, e os amantes do
dia por suas praças e espécies de táxis de duas rodas puxados por pessoas.
O
museu mais importante da cidade localiza-se em uma área nobre e chama-se Killie Campbell
Africana Museum. O local já foi residência do barão do açúcar, Sir Marshall Campbell,
e hoje abriga quadros, móveis de época, bordados, armas, utensílios e instrumentos
musicais africanos, entre outras peças.
Em uma atmosfera completamente diferente,
encontramos o Victoria Street Market, onde vendedores de carnes e peixes competem
por fregueses literalmente gritando suas mercadorias. Sons e cheiros que se misturam
a tecidos indianos e lojinhas de souvenir.
E o porto. Durban tem um porto
famoso, importante pelo volume de mercadoria e agradável com seus restaurantes à beira-mar.
E
assim chegamos a nossa destinação principal, a Catedral Emmanuel, um belo edifício
neo-gótico, herança da colonização inglesa.
A Catedral foi iniciativa do Bispo
de então (falamos do ano 1903) Charles Constance Jolivet, que encomendou aos arquitetos
Street-Wilson e Paton a construção do templo. Inspirados na Igreja São José da própria
cidade, construída em 1878 por arquitetos ingleses, eles deram à catedral vitrais
trazidos da França, enquanto as "estações da cruz" (uma representação da crucificação
de Cristo) foram esculpidas em mármore italiano, presente da esposa de Napoleão III.
Trata-se de uma réplica das estações da obra exposta na igreja Sagrado Coração, no
bairro Montmartre, em Paris.
O altar principal foi doado por veteranos da
Primeira Guerra Mundial - e é uma reprodução do altar da Catedral de Liverpool, destruída
durante a Segunda Grande Guerra.
A Catedral abriu as suas portas ao público
em 1904. Ela é considerada um marco em Durban e foi uma veia de intensa atividade
política do início até meados dos anos oitenta. Entre os Arcebispo que por lá passaram,
podemos lembrar Dom Hurley, que morreu aos 88 anos, um conhecido ativista de direitos
humanos, altamente considerado por sua contribuição à luta contra o apartheid e por
sua dedicação aos mais pobres.
A Catedral Emmanuel está sendo renovada e exibe
um belo exemplo do estilo gótico tardio. A utilização combinada de tijolo vermelho
e gesso bruto foram utilizados no exterior, coberto por um teto de telhas de Marselha
circundado por amplos beirais. O interior é composto por um altar de mármore, colunas
também de mármore e piso frio, com uma rede suspensa de abóbadas góticas que apontam
para onde olham os homens quando procuram por Deus. (ED)