2011-12-01 15:50:34

Apelo em Moçambique: faltam verbas para tratamento contra o HIV


RealAudioMP3 Maputo (RV) – Nesta quinta-feira, Dia Mundial de Luta contra a Aids, Ong’s de Moçambique alertaram que caso o governo não consiga superar o déficit de 40% para a compra de antirretrovirais, o país africano vai enfrentar consequências gravissímas na luta contra o HIV já a partir de 2012.

O Ministério da Saúde de Moçambique anunciou recentemente que têm garantidos apenas 60% da verba necessária para a aquisição de antirretrovirais para 2012, devido à redução do financiamento externo ao setor da saúde, na sequência da crise financeira atravessada pelos principais países doadores.

Em entrevista à Radio France Internacional, Inês Zimba, coordenadora do programa DREAM Moçambique, de luta contra a Aids da Comunidade de Sant'Egidio, falou sobre as possíveis consequências da falta de antirretrovirais em Moçambique.

“Elas são drásticas. Até agora o país luta com muita dificuldade em termos de melhoramento da qualidade do tratamento para os pacientes, infra-estrutura, recursos humanos. Continuamos com níveis elevados de infecção de mães para crianças, pacientes que vão precisar de tratamento, adultos, adolescentes e crianças, levando à falência do tratamento que não vai existir. A progressão da doença, quando não há intervenção por meio dos antirretrovirais, progride drasticamente. É muito preocupante”, alertou Inês.

Apelo à comunidade internacional

- No fundo, nós fazemos um apelo para que isso não aconteça. Deve haver uma luta global para que possamos encontrar meios de enfrentar essa crise, não só em Moçambique mas também em outros países em via de desenvolvimento, desabafou a coordenadora do programa DREAM.

País Prioritário

O relatório "2011-Global HIV/AIDS Response", divulgado em Genebra pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira revela que apesar dos progressos verificados nos últimos anos a situação da doença em Moçambique continua a ser preocupante, e por isso o país africano se mantém na lista dos 22 prioritários dos organismos internacionais no combate à transmissão materna do vírus HIV.

O estudo indica que há uma tendência de estabilização na incidência do HIV em Moçambique, mas a proporção da população que convive com o vírus permanece muito elevada. A estimativa da prevalência de infeção pelo HIVé de perto de 13% da população total (cerca de 20 milhões de pessoas), tendo crescido 9% entre 2001 e 2010.

O vírus, descoberto em 1984, ainda desafia a comunidade científica em busca de uma vacina. Há mais de 20 anos, contudo, a pesquisa por uma vacina segue sem encontrar a cura para a doença. Mas é importante registrar que avanços tem sido feitos na área e hoje existem medicamentos capazes de praticamente anular a carga viral no organismo.








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