Retomar «luta» por uma sociedade mais equitativa, pede Comissão Justiça e Paz de Coimbra
(30/11/2011) A Comissão Justiça e Paz de Coimbra incentiva os fiéis a retomarem a
“luta” por uma sociedade mais equitativa, preconizada há 40 anos pelo documento “A
Justiça no Mundo” “A temática da justiça, ou melhor, da luta pela justiça é hoje
um desafio a que todos somos chamados numa sociedade tão marcada por injustiças, seja
a nível pessoal, grupal, regional, nacional ou internacional”, salienta o organismo
diocesano, em comunicado. A Comissão lamenta que o “texto profético” publicado
a 30 de novembro de 1971 tenha sido “sistematicamente ignorado pela comunidade cristã”,
uma vez que coloca “questões fundamentais tanto para a organização do mundo como da
Igreja”. Depois de ter reacendido o debate à volta do documento “A Justiça no Mundo”através
do seminário “Superar (in)justiças”, , aquela organização católica quer agora difundir
a obra “pelo maior número de pessoas e instituições”. Numa análise às principais
ideias defendidas pelos bispos, os responsáveis pela Justiça e Paz de Coimbra destacam
a noção de que “a participação na transformação do mundo” está “claramente” ligada
à “pregação do Evangelho, à missão da Igreja em prol da redenção e da libertação do
género humano de todas as situações de opressão”. “Significa que não pode haver
autêntica evangelização sem a promoção da justiça e a transformação das estruturas
sociais”, aponta o organismo, que chama a atenção para a importância de se saber ler
os “sinais dos tempos”. Para a Comissão Diocesana Justiça e Paz de Coimbra, é preciso
ter consciência de que “a mensagem cristã não é um todo acabado que se conserve imutável
na Igreja desde as suas origens”. Aquele organismo católico espera que a Igreja
possa “dar o exemplo na prática da justiça nas suas atitudes, nas suas relações e
nas suas instituições, promovendo a liberdade de expressão e de pensamento e a efetiva
participação de todos, especialmente dos leigos e, dentre estes, da mulher”. Considerando
que “a luta pela justiça tem de ser uma luta contínua”, defende-se ainda que as estruturas
eclesiais apostem numa “educação para a justiça”, que supere o “individualismo e a
exaltação da posse” e que conduza à construção de “comunidades verdadeiramente humanas”.