Cidade
do Vaticano (RV) - No encontro desta quarta-feira com os peregrinos e fiéis, na
Sala Paulo VI do Vaticano, o Papa continuou a série de dissertações sobre a oração,
mas desta vez voltando o olhar a Jesus, que com seu próprio exemplo, revela plenamente
o mistério da oração cristã.
“Como um canal íntimo, a oração irrigou a sua
vida, a sua existência, suas relações e seus gestos, e o guiou segundo o projeto de
amor do Pai” – explicou Bento XVI, prosseguindo.
“Jesus costumava rezar, habitual
e intimamente. Seu ensinamento sobre a oração se baseia no modo como aprendeu em sua
família e na sua experiência, mas, sobretudo, em sua convicção profunda e essencial
de ser Filho de Deus e de sua relação com o Pai. Na oração, Jesus viveu um contato
ininterrupto com seu Pai, a fim de realizar seu projeto de amor pela humanidade”.
O Papa nos convidou a renovar nossa decisão pessoal para abrirmo-nos à vontade
do Senhor, suplicando-lhe a força para conformar a nossa vontade à Sua, em obediência
ao Seu projeto de amor sobre cada um de nós.
Como é costume nas audiências
públicas, Bento XVI fez um resumo de sua catequese do dia em várias línguas, saudando
os fiéis e convidando-os a uma relação mais intensa com Deus, cheia de confiança,
capaz de iluminar suas vidas e comunicar a todos a alegria do Senhor.
Em inglês,
o Papa encorajou as iniciativas de vários países para abolir a pena de morte e disse
esperar progressos no sentido de que a leis se ajustem à dignidade humana dos prisioneiros
e à manutenção da ordem pública.
Bento XVI dirigiu essas palavras diretamente
às delegações dos países que estão em Roma participando do encontro promovido pela
Comunidade de Santo Egídio “Não à Justiça sem a Vida”.
Estas foram as palavras
proferidas pelo Pontífice em português:
“Queridos irmãos e irmãs,
Depois
de ter tratado alguns exemplos de oração no Antigo Testamento, convido-vos hoje a
olhar para a oração de Jesus. Esta atravessa todos os momentos da sua vida, guiando-o
até ao dom total de Si mesmo, segundo os desígnios de Deus Pai. Jesus é o nosso mestre
de oração. Mas, quem O ensinou a rezar? O seu coração de homem aprendeu a rezar com
a sua Mãe e a tradição judaica. Mas a sua oração brota duma fonte secreta, porque
Ele é o Filho eterno de Deus, que, na sua santa humanidade, dirige a seu Pai a oração
filial perfeita. Assim, olhando para a oração de Jesus, devemos nos perguntar: Como
é a nossa oração? Quanto tempo dedicamos à nossa relação com Deus? Hoje, num mundo
frequentemente fechado ao horizonte divino, os cristãos estão chamados a ser testemunhas
de oração. E é através da nossa oração fiel e constante, na amizade profunda com Jesus,
vivendo n'Ele e com Ele a relação filial com o Pai, que poderemos abrir, no mundo,
as janelas para o Céu.
Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, particularmente
os brasileiros vindos de Lorena e de Curitiba, a quem desejo uma prática de oração
constante e cheia de confiança para poderdes comunicar a todos quantos vivem ao vosso
redor a alegria do encontro com o Senhor, luz para as nossas vidas! E que Ele vos
abençoe a vós e às vossas famílias!”.