2011-11-30 12:13:00

Mianmar: ONGs comprovam violações


Bangcoc (RV) - Duas ONGs: a “Parceiras” (Partners) e a “Rede Cristã de Solidariedade” (Christian Solidarity Worldwide) realizaram missões investigativas no norte de Mianmar, onde está em andamento um conflito armado. Depois de recolher testemunhos diretos em toda a área, denunciaram que o exército birmanês está cometendo graves violações de direitos humanos contra as minorias étnicas kachin e estas violências podem ser definidas como “crimes de guerra”.

A ONG norueguesa “Parceiros”, que atua na área desde 1994, apresentou nesta segunda-feira, em Bancoc, o relatório “Crimes na Birmânia do Norte”, que em 60 páginas de textos, documentos e testemunhos, ilustra as atrocidades da guerra civil.

O conflito entre o exército birmanês e as tropas independentes kachin recomeçou em 9 de junho passado. Desde então, verificam-se homicídios extrajudiciais, tiroteios contra civis, utilização de escudos humanos, prisões e detenções ilegais, trabalhos e transferências forçadas, desapropriações, furtos e destruição de propriedades.

“Enquanto se fala de reformas políticas, a situação das minorias étnicas é a pior desde décadas, com abusos que violam o direito internacional e humanitário” – refere o documento. Estimando que 30 mil civis já fugiram do conflito, a ONG convida a Secretária de Estado dos EUA Hillary Clinton (que deve visitar em breve o país) a promover um cessar-fogo imediato e reformas políticas.

A ONG “Rede Cristã de Solidariedade” também se dirigiu a Hillary Clinton, pedindo que ela solicite o regime a parar de atacar as minorias étnicas, declarar o cessar-fogo em nível nacional, libertar todos os prisioneiros políticos, comprometer-se num significativo processo de diálogo com as minorias étnicas e o movimento democrático de Aung San Suu Kyi.

Esta ONG britânica ressalta episódios de violência sexual, trabalho forçado, torturas, assassínios e ataques contra igrejas no estado Kachin, e denuncia “ataques a pastores cristãos, sacerdotes e igrejas no estado Kachin, a discriminação dos povos muçulmanos Rohingya, e a prolongada detenção de monges budistas” que comprovam evidentes violações da liberdade religiosa.
(CM)








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