2011-11-29 11:34:15

Durban: interesses econômicos vão condicionar compromissos


Durban (RV) - Na conferência da ONU sobre mudanças climáticas, em andamento desde segunda-feira, em Durban, o Brasil defenderá o compromisso dos países ricos com a renovação do Protocolo de Kyoto.

“O protocolo é uma ferramenta essencial na luta contra as mudanças climáticas e sua continuidade é necessária para manter um alto grau de ambição nos resultados das negociações” - disse o chanceler brasileiro, Antônio Patriota, em mensagem oficial.

O Protocolo de Kyoto, negociado nessa cidade japonesa em 1997, é o único instrumento de redução das emissões de dióxido de carbono (CO2) e outros gases estufa, e obriga 40 países industrializados a diminuir suas emissões destes gases. Mas o compromisso atual termina em 2012.

Japão, Rússia e Canadá já informaram que não querem este segundo período de compromissos, justificando que Kyoto não acolhe os maiores emissores do planeta: os Estados Unidos, que nunca ratificaram o documento, e a China, que está fora do tratado por ser considerado país em desenvolvimento.

A intenção dos maiores emissores de CO2 de atrasar as decisões será considerada “uma traição face às populações mais vulneráveis às mudanças climáticas” – escreve um comunicado de países em desenvolvimento, apoiados por movimentos sociais e organizações não governamentais.

Outra expectativa da conferência é a criação de um "Fundo Climático Verde" com vistas a destinar 100 bilhões de dólares até 2020 a países expostos a secas, inundações, tempestades e nível elevado dos mares, que os cientistas preveem que vão piorar neste século.

A este respeito, a organização de caridade britânica Oxfam alertou nesta segunda-feira que “as tempestades e secas que provocaram altas perigosas no preços dos alimentos há poucos anos podem ter sido um presságio terrível do que nos espera quando as mudanças climáticas se manifestarem com mais violência”.

Em um relatório publicado no início das negociações climáticas da ONU em Durban, na África do Sul, a Oxfam mencionou picos nos preços de trigo, milho e sorgo, provocados por extremos climáticos, que arrastaram dezenas de milhões para a pobreza nos últimos 18 meses.

Na cimeira de 12 dias, participam 183 estados dos 194 membros das Nações Unidas.
(CM)







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