Altamira (RV) - Os trabalhadores da usina hidrelétrica de Belo Monte interditaram
segunda-feira a Rodovia Transamazônica, próximo a Altamira, no Pará. Os grevistas
protestam contra as condições de trabalho no estaleiro de obras e a alimentação. Ao
mesmo tempo, reivindicam aumentos salariais, melhores benefícios e folgas para passar
o Natal com as suas famílias. O piso pago ao funcionário de Belo Monte é de R$ 900.
Essa é segunda greve realizada em novembro. A primeira ocorreu no dia 12 e, ao final,
foram demitidos 170 funcionários, sendo a maioria do Maranhão.
A Hidrelétrica
de Belo Monte é a principal obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), avaliada
em R$ 25 bilhões. Desde seu lançamento, o empreendimento tem sido alvo de protestos
nacionais e internacionais.
O principal motivo para a realização do movimento
está no fato de os trabalhadores não poderem ir passar o fim do ano com as famílias.
Segundo os empregados, no processo de contratação, o consórcio havia se comprometido
não só a liberá-los no fim do ano, mas também permitir a "baixada" - o retorno dos
trabalhadores às suas casas, a cada três meses.
Agora, o consórcio determinou
como folga apenas os dias 25 de dezembro e 1º de janeiro.
Segundo a assessoria
da ONG Xingu Vivo Para Sempre, que conversou com os trabalhadores no domingo, mais
de 200 pessoas passaram mal por causa da água e da comida. No sábado, cinco trabalhadores
do Sítio Pimental estavam internados no hospital municipal de Altamira.
A central
de Belo Monte é criticada por associações que apontam riscos para o ambiente e as
comunidades tradicionais da região, incluindo as tribos indígenas e as populações
ribeirinhas. (CM)