Bartolomeu I envia mensagem aos participantes da conferência de Durban
Durban (RV) - Está em andamento desde segunda-feira, em Durban, na África do
Sul, a conferência da ONU sobre mudanças climáticas.
O Patriarca Ecumênico
de Constantinopla, Bartolomeu I, fez um apelo em favor de uma solução responsável
a este preocupante fenômeno. "Somos todos responsáveis pelo futuro de nosso Planeta
e da vida humana. As mudanças climáticas afetam todos os povos e nações. Nenhum de
nós pode permanecer como um simples expectador" – sublinha Bartolomeu I numa mensagem
enviada aos participantes da 17ª Conferência Internacional sobre clima.
O Patriarca
recorda como os encontros precedentes realizados em Copenhague, na Dinamarca, em 2009,
e em Cancún, no México, em 2010, não conseguiram obter um acordo jurídico entre nações
ricas e pobres, e que no próximo ano vence o Protocolo de Kyoto, sem que as Nações
mais ricas e importantes o tenham ainda ratificado.
Segundo Bartolomeu I,
o primeiro desafio para os participantes desta conferência é superar as perspectivas
nacionais e regionais e considerar o quadro geral. "A mudança no clima é um problema
global. Partilhamos um único mundo e os mesmos recursos, uma única atmosfera e o mesmo
habitat. Qualquer verdadeira solução exige a capacidade de pensar para o mundo inteiro.
Estamos todos conectados e nossas ações afetam uns aos outros" – frisou o Patriarca.
"O
segundo desafio – prossegue a mensagem – é lembrar que o sacrifício é necessário para
chegar a uma conclusão positiva. Todas as atividades ecológicas são julgadas em base
ao seu impacto sobre os pobres".
Segundo Bartolomeu I, é ilusório pensar que
as medidas para enfrentar as mudanças climáticas não devem ou não podem incidir no
crescimento da economia. "Sem sacrifício pessoal e nacional, não podemos atingir a
unidade necessária por um acordo duradouro" – destaca Bartolomeu I. O terceiro desafio
é garantir nessas problemáticas uma liderança moral, pois a mudança global do clima
é uma ameaça contra a integridade e a diversidade da vida na Terra.
O Patriarca
Ecumênico de Constantinopla denunciou no passado os abusos ecológicos como "pecado
contra Deus" e crimes contra a humanidade. (MJ)