2011-11-28 15:53:33

Na conferência da ONU para as Alterações Climáticas, em Durban a África pede solidariedade


(28/11/2011) As alterações climáticas são uma “questão de vida ou de morte” para os países mais pobres, desde África às pequenas ilhas do Pacífico, que pedem solidariedade internacional, disse esta segunda feira o Presidente da África do Sul no arranque de duas semanas da conferência da ONU para as Alterações Climáticas, em Durban.
“Várias regiões do mundo têm visões diferentes sobre o aquecimento global simplesmente porque são afectadas de formas diferentes. Mas para a maioria dos povos em desenvolvimento, esta é uma questão de vida ou de morte”, declarou Jacob Zuma, Presidente da África do Sul na cerimónia de abertura

Lembrou as inundações especialmente intensas na África do Sul, a frequência dos furacões ao longo da costa do Golfo do México, os refugiados na Somália e Quénia e, especialmente, a situação das ilhas Kiribati. “Este tornou-se no primeiro país a declarar que as alterações climáticas estão a tornar o seu território inabitável e pediu ajuda para de lá retirar os seus habitantes”, lembrou Zuma. Além disso, as quebras previstas na produção agrícola em África “estão a causar conflitos entre povos que durante séculos têm vivido em paz”.

Também Idriss Déby, Presidente do Chade, disse que o continente africano “está a sentir, de forma muito especial, os impactos negativos que colocam em risco a sobrevivência das suas populações”. De momento, as alterações climáticas “estão a abrandar o crescimento dos nossos países”. Ainda assim, lembrou, vários países africanos “são o último bastião na luta contra o avanço galopante do deserto” e referiu o desaparecimento do Lago Chade – hoje 10% da sua superfície original – e as ameaças às florestas da Bacia do Congo.

Déby salientou a importância de chegar a acordo sobre uma maior solidariedade internacional. “Os países industrializados esperam muito das florestas africanas para captar os gases com efeito de estufa das suas fábricas. Por isso é lógico que ajudem a financiar os países africanos, para o seu desenvolvimento e garantir a sua sobrevivência”, declarou.

O Presidente do Chade pediu “soluções concretas de solidariedade” e um plano baseado na adaptação, mitigação, ajuda ao financiamento, transferência de tecnologia e uma visão partilhada de como combater as alterações climáticas.

São 183 os países que participam nesta conferência da ONU iniciada esta segunda feira em Durban onde termina a 9 de Dezembro.
O futuro do Protocolo de Quioto - o único tratado internacional que impõe objectivos de redução das emissões de gases com efeito de estufa a mais de 40 países industrializados – deverá ser a questão chave, juntamente com outras como o financiamento aos países mais vulneráveis. Quioto expira no final de 2012 e ainda não há nenhum sucessor.








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