2011-11-26 16:00:55

Nova Evangelização: Brasil tem experiência a compartilhar


RealAudioMP3 Cidade do Vaticano (RV) - Auto-avaliação e purificação e entusiasmo evangélico são as etapas da Nova Evangelização para as quais os cristãos de hoje são chamados por Bento XVI. Essa, e outras considerações, estarão no próximo Sínodo dos Bispos, com o tema “A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”.

O documento com as diretrizes e reflexões a serem debatidas na 13ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2012, foi apresentado em março passado. Na ocasião, foi recordada a primeira menção da Igreja à chamada “Nova Evangelização”.

“A Nova Evangelização – explica o documento – não é uma duplicação da primeira, não é uma simples repetição, mas é a coragem de ousar trilhas novas, diante das novas condições dentro das quais a Igreja é chamada a viver hoje o anúncio do Evangelho”.

Membro do Conselho do Sínodo dos Bispos, o Cardeal-arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, esteve em Roma nos últimos dias, no contexto da preparação do evento eclesial. Dom Odilo conversou com a RV e falou sobre as origens da Nova Evangelização em nosso país:

“O tema da Nova Evangelização de fato já está presente no Brasil há muitos anos. Nós estamos trabalhando claramente sobre esta temática pelo menos desde a Conferência de Santo Domingo, em 1991, mas até mesmo desde antes, porque o Papa JPII já em 1983, numa assembleia do CELAM na AL, fez um discurso em que tratava do tema da Nova Evangelização dando indicações bastante conhecidas, que se repetem: A Nova Evangelização deve ser nova no método, nova no ardor, nova nas formas e expressões. Então tudo isso já aconteceu em 1983 e desde então esta terminologia está se integrando na preocupação na vida da Igreja na América Latina, e de modo particular, no Brasil. De 1991 para cá, com a Conferência de Santo Domingo, que teve como tema a Nova Evangelização, ela é tema constante em nossas reflexões e preocupações pastorais. Mais uma vez, em Aparecida, isto entrou de maneira transversal em toda a reflexão da Conferência em 2007. De modo que de fato, nós temos na América Latina e no Brasil já um caminho andado de Nova Evangelização e de experiências que temos a compartilhar, inclusive com a Igreja de outras partes da Europa e de outros lugares. Hoje, se sente de fato como premente a necessidade da Nova Evangelização em todo o mundo, não só na Europa ou nos lugares de antiga Evangelizaçãom mas também nos lugares de recente Evangelização. Fato é que o Papa, ao ir à África, nos últimos dias, entregou o documento, a exortação pós-sinodal do Sínodo especial da África que houve em 2009, ou seja, ali também se trata da Nova Evangelização. Quer dizer, também na África, que é o Continente mais novo da Evangelização, temos já que fazer Nova Evangelização. Nova Evangelização não significa, digamos assim, deixar para lá o que foi feito: é fazer de novo, fazer com novo ardor, novas formas, porque os tempos mudaram, a cultura mudou, as circunstâncias mudaram, então a Igreja precisa dizer de novo, proclamar de novo, propor o Evangelho a todo o mundo”.

As diretrizes do documento apresentam o vasto cenário de seis aspectos da realidade que a Nova Evangelização deve lidar: a secularização, a grande migração, a mídia, o aspecto econômico-científico- tecnológico e a política. A respeito do uso das novas mídias, o Cardeal afirma:

“Hoje, a Evangelização precisa ser feita através de todas as formas de linguagem. Então a linguagem digital, a linguagem de todas as formas da mídia, sem nunca deixar de lado a linguagem direta, a linguagem que é do diálogo de pessoa a pessoa, o interessamento da linguagem de coração a coração, porque finalmente o Evangelho é a Boa Nova para a pessoa, e para a sociedade no seu conjunto, mas passa pelo coração, e é por isso que sempre se liga a questão da Nova Evangelização à necessidade de conversão, de acolhida, da Boa Nova, de mudar a vida para aquilo que se propõe, que o Evangelho propõe. Então nunca poderá ficar simplesmente numa divulgação genérica de idéias, de doutrinas, como o Papa tem insistido muitas vezes também: nossa fé não nasce simplesmente da beleza das doutrinas ou da grandeza dos ideais morais e éticos, mas nasce do encontro como pessoa, com a pessoa de Jesus Cristo. Então, a Nova Evangelização deve sobretudo chegar a este ponto: o encontro pessoal com Jesus Cristo e a partir deste encontro pessoal com Jesus Cristo, novas expressões de vida devem nascer”.
(CM)








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