Cardeal Sarah pede uma visão do homem "por inteiro"
Fiuggi (RV) - “A crise financeira no Ocidente tem suas raízes em uma crise
cultural, ética e espiritual. Temos que superar a lógica do útil, do instrumental,
imediato e materialista e abrir-nos a uma visão mais completa do homem”.
É
a opinião do cardeal guineense Robert Sarah, presidente do Pontifício Conselho Cor
Unum, expressa nesta quinta-feira aos participantes de um congresso das Caritas diocesanas,
nas proximidades de Roma.
O Cardeal Sarah alertou os agentes para o risco
de transformar a missão da caridade em uma profissão: “Não devemos ser profissionais
e competentes, mas agir com o coração, com a fé”. Em sua palestra, o responsável
pela caridade deste Pontificado falou sobre a importância da cooperação entre as Igrejas,
descrevendo a situação nos continentes:
“A África suscita preocupação e esperança,
por ser marcada por conflitos, tragédias e corrupção por um lado; mas onde há uma
grande energia, vitalidade eclesial e uma cultura fundamentalmente saudável, que pode
ajudar a Europa e a Igreja na Europa a reencontrar dinamismo”.
“A América Latina
vê aumentar o bem-estar, mas as diferenças sociais persistem, e a Igreja se confronta
com regimes que a consideram como um corpo estranho à sociedade”.
“Na Ásia,
a Igreja é minoria diante de religiões como islã, hinduísmo e budismo, com as quais
se confronta há 5 séculos. Todavia, tem uma credibilidade bem maior do que sua exiguidade
numérica, porque é rica de obras de caridade sem sombra de discriminações”.
“No
Oriente Médio e no Norte da África – prosseguiu o Cardeal Sarah – concentram-se conflitos
de âmbito mundial com consequências dolorosas para as Igrejas e as Caritas daqueles
países, como o êxodo dos cristãos, a perseguição religiosa e incertezas sobre o futuro”.
(CM)