Sacerdote psicanalista comenta a Teoria de Gênero para a Igreja
Cidade do Vaticano (RV) – Bispos responsáveis pela pastoral da saúde vindos
de diferentes países encontraram-se quarta-feira no Vaticano. No centro das suas preocupações,
a Teoria de Gênero, matéria que, para a Igreja, expõe uma problemática moral e de
saúde pública. A Rádio Vaticano entrevistou o sacerdote e psicanalista Tony Anatrella,
participante do encontro, que explicou a Teoria.
Segundo Pe. Tony, “a Teoria
inspirou um certo número de leis que transformam as condições de vida, mudam o sentido
da família, das relações entre homens e mulheres, das relações entre pais e filhos
e influenciam no modo como entendemos a sexualidade humana e a procriação”.
Sobre
a base dessa proposta de interpretação da relações de gênero, explicou que “o princípio
que presidiu essa nova concepção das coisas é a igualdade de todos diante da lei para
evitar qualquer discriminação. “E para chegar a esse fim – disse ele -, é preciso
reconsiderar a sexualidade, não somente pelo aspecto biológico, mas por uma outra
concepção, na qual se aceita o corpo biológico que marca o sexo masculino e o feminino,
mas estes são vistos como sendo somente um aspecto como qualquer outro do corpo, como
o nariz, o pé etc”.
Ressaltou também o aspecto da existência do masculino
e do feminino, “que representam uma concepção social do modelo do homem e da mulher
construídos pela cultura e pela sociedade”, referindo-se ao que chamou de “sexo social,
constituído por uma parte psicológica e uma social”.
Sobre os riscos de se
ignorar essas questões, destacou o de “isolar a mulher da relação com o homem, como
se fosse a mulher que devesse suportar e decidir tudo em matéria de procriação.” Destacou
também “problemas psicológicos de identidade e a desumanização da sexualidade humana”.
O
sacerdote faz uma crítica aberta ao que denomina “colonialismo ocidental sobre a Ásia
e a África imposto por agências da Onu”. Segundo ele, “a maior parte da chanceleria
europeia e das agencias como Unesco e OMS propõe financiamento para saúde e educação,
mas só na medida em que seja aplicado o que esta previsto nas convenções, isso sabendo
que muitas das escolas e dos hospitais são administrados pela Igreja”. (ED)