2011-11-24 18:21:03

Gaudì e a Sagrada Família em mostra no Vaticano


Cidade do Vaticano (RV) – Uma mostra dedicada a Gaudì para agradecer ao Papa pela visita a Barcelona e pelo ato solene que fez da Igreja projetada pelo arquiteto, a Sagrada Família, uma basílica. Estamos falando da exposição “Gaudì e a Sagrada Família de Barcelona: arte, ciência e espiritualidade”, que se realiza nos Museus Vaticanos, no Braccio di Carlo Magno, aberta ao público até 15 de janeiro de 2012.

A mostra é organizada por duas instituições da Arquidiocese de Barcelona com a participação do Pontifício Conselho da Cultura. Em Coletiva de Imprensa realizada na manhã desta quinta-feira, no Vaticano, o responsável por esse dicastério, Cardeal Gianfranco Ravasi, e o Arcebispo de Barcelona, Dom Lluís Martinez Sistach, apresentaram o evento.

Lentamente as torres erguiam-se e a pedra ia tomando forma e ornamentos que passariam à história - história a qual, aliás, ainda está sendo construída junto com a Basílica. A qualquer crítica nesse sentido, respondia Gaudì “o meu cliente não tem pressa”, fazendo clara alusão a Deus. Essa é apenas uma das histórias que perpassam a construção da Sagrada Família, contada hoje pelo Arcebispo de Barcelona. Dom Martinez agradeceu calorosamente a visita de Bento XVI de 7 de novembro do ano passado, durante a qual o Papa celebrou a dedicação desse belíssimo templo, elevando-o a Basílica Menor.

Sob diferentes perspectivas, foi ressaltada a fusão entre arte, ciência e espiritualidade que fizeram de Gaudì um arquiteto excepcional, tendo ele elevado a Sagrada Família a um exemplo maravilhoso de arte sacra. A esse respeito, o arcebispo retomou as palavras de Bento XVI na ocasião: “essa Basílica é um sinal visível do Deus invisível, muito necessário nas nossas sociedades ocidentais europeias com um acentuado nível de cultura laicista e indiferença religiosa”.

Durante a coletiva, falou também o arquiteto comissário da mostra, Daniel Giralt-Miracle: “a Sagrada Família não é somente um templo, não é somente uma obra arquitetônica, mas uma obra sacramental em pedra do século XXI”. “Isso é o que tentamos mostrar aos visitantes da Sagrada Família e o que queremos mostrar nessa exposição”.

O Cardeal Ravasi, por sua vez, ressaltou que “a capacidade de dar forma artística às visões da fé é uma experiência que dá vertigens”. E “essa vertigem é primeiramente física – continuou o purpurado -, a impressão que se tem é a de algo que desafia as leis da natureza, de algo suspenso. Isso permite conjugar a impressão psicológica, espiritual da vertigem, mas também da ascensão em direção ao mistério, à transcendência”.

Conforme observou o Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, “na Sagrada Família, existe a ideia de que o templo é uma criatura viva, que expressa também um povo – e, nesse caso, um povo como o catalão, fortemente glorioso, orgulhoso das suas raízes, da sua história, da sua língua, da sua cultura e também da sua espiritualidade”. (ED)








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